Réplicas de assembleias de voto em Macau para residentes "experimentarem votar"
A comissão eleitoral de Macau vai disponibilizar duas réplicas de assembleias de voto para os residentes "experimentarem votar" e saberem "como podem votar corretamente" a 14 de setembro, foi hoje anunciado.
As duas réplicas - mais uma do que nas legislativas de 2021 - vão permitir aos residentes "experimentarem votar" e "aprofundarem o conhecimento sobre a votação e também os trabalhos de eleição", disse hoje aos jornalistas o presidente da Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL), após uma reunião do órgão.
"Esperamos que o público, através da visita à réplica da assembleia de voto, possa conhecer mais sobre o funcionamento da assembleia e, através da simulação, possa também conhecer como é que pode votar corretamente e também [sobre] a confidencialidade da votação", afirmou.
Ainda de acordo com o responsável, escolas vão levar estudantes a estes dois recintos - instalados no Pavilhão Polidesportivo Tap Seac e nas instalações do Fórum de Macau, entre 06 até 12 de setembro - "no sentido de reforçar a consciência cívica dos estudantes", para, no futuro, estarem "preparados para serem eleitores".
Para os portadores de deficiência visual, acrescentou Seng Ioi Man, estão ainda disponíveis no local boletins de voto em braille.
Questionado pela Lusa sobre se a instalação destas réplicas é sinal de que a população do território tem ainda pouco conhecimento sobre o ato de ir às urnas, sem responder diretamente, Seng Ioi Man notou que esta "é uma tradição" em Macau e que se dirige aos futuros eleitores, "que ainda não podem ir votar e [que] podem sentir o procedimento da votação" e aos que agora se estreiam no escrutínio.
Mas não só. "Para aqueles que já tinham votado, os antigos eleitores, podem também - passando tantos anos - experimentar [o ato de votar]", acrescentou.
Concorrem este ano à Assembleia Legislativa (AL, parlamento) de Macau seis listas pelo sufrágio direto, menos oito do que em 2021.
A Comissão da Defesa da Segurança do Estado (CDSE) excluiu em julho todos os 12 candidatos de duas listas, considerando-os "não defensores da Lei Básica [a `mini-Constituição` de Macau] ou não fiéis à Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China".
Num comunicado, a CDSE explicou que, quando um candidato é desqualificado por falta de patriotismo, todos os outros candidatos da mesma linha são também afastados.
Aos jornalistas, Seng Ioi Man recusou-se na altura a revelar os factos que levaram à exclusão, defendendo que "os trabalhos e documentos da Comissão da Defesa da Segurança do Estado são confidenciais".
A divulgação "pode representar certos riscos para a segurança nacional, não devendo nem podendo ser publicado o seu conteúdo", acrescentou.
Instado hoje também fazer um balanço sobre o processo eleitoral e questionado sobre se a CAEAL tem recebido reações da população, Seng disse apenas que "há cada vez mais eleitores ou cidadãos" a acompanhar os trabalhos e a informação divulgada pela CAEAL, "permitindo que aquelas pessoas que não têm informação suficiente possam participar" no ato eleitoral.
A campanha eleitoral arranca no dia 30 de agosto e termina a 12 de setembro.