Repórteres Sem Fronteiras exigem libertação de jornalistas turcos acusados de terrorismo

Os jornalistas Elif Akgül, Yildiz Tar e Ender Imrek foram detidos pelas autoridades turcas entre 18 e 22 de Fevereiro, sob o pretexto de estarem ligados a atividades terroristas, numa onda de prisões que atingiu também meia centena de artistas e ativistas políticos de esquerda e pró-curdos.

Luís Peixoto - Antena 1 /

Foto: RSF

Em causa está a participação de vários jornalistas em iniciativas do Congresso Democrático do Povo, uma organização que junta movimentos de esquerda e curdos, em que, segundo o representante turco dos Repórteres Sem Fronteiras (RSF) Erol Önderoğlu, Elif Akgül e Yıldız Tar participaram no âmbito do seu trabalho como jornalistas.

Segundo a RSF, e alguma imprensa turca, as autoridades questionaram Elif Akgül com base em escutas telefónicas feitas entre 2012 e 2013, sobre a cobertura que fez de vários eventos enquanto jornalista. Erol Önderoğlu representante da RSF lembra, em entrevista à Antena 1, que as escutas têm mais de uma década e que foram obtidas por autoridades judiciais e policiais "sob o controlo da rede política de Fethullah Gülen, que também foi acusada pela tentativa de golpe de julho de 2016".

Para Erol Önderoğlu, o governo turco procura "atingir a oposição, muitos membros da sociedade civil e também profissionais dos media", o representante da RSF defende ainda que "há um elevado nível de manipulação no poder judicial na Turquia".

Elif Akgül, jornalista freelancer dedicada a direitos humanos e questões de género, e Yıldız Tar, editor chefe do Kasos GL (dedicado a assuntos LGBT+) estão detidos em prisões de Istambul, Ender Imrek está em prisão domiciliária.

A Repórteres Sem Fronteiras exige a libertação imediata dos jornalistas.

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