Restos mortais de Maëlys Araújo encontrados

por RTP
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O corpo da menina lusodescendente desaparecida em agosto de 2017 foi encontrado. A confirmação foi feita esta quarta-feira, em conferência de imprensa, pelo procurador de Grenoble, Jean-Yves Coquillat, na câmara municipal de Pont-de-Bonvoisin, localidade onde Maëlys Araújo foi vista pela última vez.

Ao lado do tenente-coronel Plunian, comandante da Seção de Buscas da polícia de Grenoble, Coquillat afirmou que o principal suspeito, Nordahl Lelandais, admitiu que matou a criança "involuntariamente" e que tentou desfazer-se do corpo.

Maëlys Araújo desapareceu de um casamento a 26 de agosto de 2017, em Pont-de-Bonvoisin, Isére, no leste de França, onde se encontrava igualmente Lelandais.

"Nordahl Lelandais indicou [às autoridades] que matou a criança involuntariamente, regressou ao casamento, antes de levar o corpo para o maciço da Chartreuse. Para já não deu explicações sobre as causas da morte de Maëlys", disse Coquillat.

Lelandais, que sempre se disse inocente, apesar de estar detido desde setembro, terá confessado o crime depois da confirmação de que vestígios ínfimos de sangue detetados na bagageira do seu Audi A3 pertenciam realmente a Maëlys.

Decidiu então colaborar com as autoridades e levá-las até onde estaria o corpo, embora alegadamente já não se lembrasse bem onde o tinha deixado.
"Diz que matou a criança por acidente", revelou o procurador.
De acordo com Jean-Yves Coquillat, "ele depositou o corpo numa pequena ravina recôndita da Comuna de Saint Franc. Um crânio foi descoberto ao fim da tarde, assim como um osso comprido no local apontado por Nordahl Lelandais".

Os pais de Maëlys já foram informados de que o corpo da filha foi encontrado.

"Os pais de Maëlys foram notificados em primeiro lugar. Estão a caminho. Nordahl Lelandais desejou por seu lado pedir desculpas", afirmou Coquillat.

"Até agora, os pais estavam na pior das situações, na ignorância do que tinha acontecido à criança. Esta noite, eles sabem que a filha morreu, que foi morta e há alguns minutos descobrimos os restos [mortais] da criança", indicou o procurador.

Maëlys Araújo tinha nove anos quando desapareceu.

Nordahl Lelandais vai ser de novo interrogado em breve, acrescentou ainda o procurador, para dar explicações mais precisas sobre as circunstâncias da morte, da qual tem "remorsos" e pela qual pede "desculpas". 

"Maëlys está morta, foi morta por Nordahl Lelandais", afirmou Coquillat. "Este foi um dia denso, stressante e muito emocional para todos, para o juiz de instrução, para os investigadores que não se pouparam a esforços. As condições atmosféricas não simplificaram a tarefa mas hoje podemos dar uma triste resposta aos pais".

"Ele depositou-a na floresta, num local montanhoso, no maciço de Chartreuse. Nordahl Lelandais recusou dar explicações sobre a forma como esta morte involuntária, segundo ele, ocorreu. Levou-nos até perto da casa dos seus pais, onde, diz ele, depositou o corpo de Maëlys depois da morte dela", revelou o magistrado.

Lelandais "regressou para ir buscar o corpo depois de ter passado de novo pelo casamento. Colocou o corpo na bagageira [do seu Audi 3] e depois foi deixa-lo numa pequena ravina extremamente remota. Precisamos do dia inteiro para encontrar o local onde ele disse que depositou o corpo. Foi necessário remover a neve da estrada para lá chegar", descreveu Coquillat.

O procurador disse que foi na sequência da descoberta de uma mancha de sangue na mala do carro que o suspeito decidiu falar com os juízes de instrução.

"O advogado foi visitar o cliente ontem (terça-feira) e Nordahl Lelandais pediu aos juízes de instrução para o ouvirem hoje porque tinha revelações a fazer e queria levar a justiça ao local onde colocou o corpo de Maëlis", continuou o procurador.
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