Retirada de civis em Mariupol e Kherson comprometida por ataques russos

por RTP
Nem sempre os corredores humanitários conseguem fluir conforme o desejado Chingis Kondarov - Reuters

As operações de retirada de civis estavam esta sexta-feira a decorrer "muito lentamente" em Mariupol, cidade portuária do sudeste da Ucrânia ocupada pelas tropas russas. Em Kherson, no sul do país, bombardeamentos das forças de Moscovo impediram a abertura de três corredores humanitários.

"Não há nada a relatar em Mariupol. Tudo está a avançar muito lentamente. Do lado russo, tudo é muito complicado, caótico, lento e, claro, desonesto", afirmou a vice-primeira-ministra ucraniana no Facebook.

Irina Vereschuk assinalou, por outro lado, que, "pela primeira vez, as pessoas conseguiram ir diretamente de Mariupol para Zaporizhzhia", a bordo de quatro autocarros, o que "dá esperança".

A vice-primeira-ministra ucraniana pediu desculpa aos habitantes de Mariupol que contavam ser retirados da cidade na quinta-feira. E explicou: "Os bombardeamentos começaram perto do ponto de recolha, o que obrigou ao encerramento do corredor humanitário".

Em Kherson, outros três corredores humanitários estão sem efeito. "Os ocupantes não cessaram fogo, pelo que os corredores não puderam ser abertos", apontou a governante.

Ainda segundo Irina Vereschuk, um "senhor da guerra" terá tomado como refém um representante de Novovorontsovska, nomeado chefe estatal dos transportes público, no momento em que este negociava com o exército russo a abertura de corredores humanitários.

"Este foi um erro pelo qual o acusado, especificamente, será considerado responsável, mas também aqueles que permitem a captura dos nossos civis para trocar os russos por prisioneiros de guerra", vincou a vice-primeira-ministra.
"Controlo total do Donbass e do sul da Ucrânia"

Também esta sexta-feira o general Rustam Minnekayev, comandante adjunto das forças do Distrito Militar do Centro da Rússia, reforçou a ideia de que Moscovo quer garantir o controlo do sul da Ucrânia e da região oriental do Donbass.

O objetivo é estabelecer uma ligação à Crimeia, península anexada por Moscovo em 2014.

"Depois do início da segunda fase da operação especial, fase que começou há dois dias, um dos objetivos do exército russo é estabelecer um controlo total do Donbass e do sul da Ucrânia", assinalou o general, citado pelas agências russas.

"Isto permitirá assegurar um corredor terrestre para a Crimeia, bem como pesar sobre infraestruturas vitais da economia ucraniana", acrescentou Minnekayev.

c/ agências

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