Rio de Janeiro registou 39 chacinas e 191 mortes em doze meses

por Lusa

Entre maio do ano passado e o dia de hoje o estado brasileiro do Rio de Janeiro registou 39 chacinas que causaram pelo menos 191 mortes, informou à Lusa a plataforma Fogo Cruzado.

O dado divulgado pela plataforma que compila informações sobre violência no Rio de Janeiro expõe um quadro de chacinas recorrentes, neste que é o estado mais famoso Brasil, onde na terça-feira uma operação da polícia militar com o apoio de polícias federais na comunidade da Vila Cruzeiro, zona norte da capital, terminou com a morte de 25 pessoas.

O Fogo Cruzado informou que desde agosto de 2020 o estado do Rio de Janeiro registou pelo menos 328 mortes em 73 chacinas.

O período mencionado diz respeito ao mandato de Cláudio Castro, atual governador do Rio de Janeiro, que tomou posse interinamente em 2020 e depois acabou confirmado no cargo em razão da destituição do ex-governador Wilson Witzel.

Cláudio Castro, por sua vez, defendeu a operação da polícia na Vila Cruzeiro na rede social Twitter, na terça-feira, frisando que a ação foi responsável pela apreensão de drogas e armas e visou prender e reagiu a ataques perpetrados por membros de organizações criminosas, nomeadamente o Comando Vermelho, que atuam nas favelas do estado.

"Polícias foram atacados por bandidos fortemente armados. O violento confronto culminou na morte dos criminosos. Uma moradora está entre as vítimas e sua morte está sendo investigada", escreveu Castro, citando a morte de uma mulher que atingida por uma bala perdida dentro de sua casa durante a operação policial na Vila Cruzeiro.

"Quem aponta uma arma contra a polícia está apontando uma arma contra toda sociedade. Isso jamais vamos tolerar. Eu luto por um Rio de paz. Toda morte é lamentável, mas todos sabemos que nossas responsabilidades impõem que estejamos preparados para o confronto", acrescentou o governador.

A operação na Vila Cruzeiro, comunidade pobre localizada na zona norte da cidade do Rio de Janeiro, já é apontada como a segunda intervenção policial mais letal da história do estado, tendo sido classificada como massacre e chacina por organizações que defendem os direitos humanos, ficando atrás apenas de uma operação realizada na favela do Jacarezinho, em maio do ano passado, que terminou com 28 mortes.

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