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Riscos ambientais, geopolíticos e tecnológicos vão marcar 2018

por RTP
Furação Maria deixou um rasto de destruição em Porto Rico Reuters

O risco de confrontação entre grandes potências mundiais aumentou acentuadamente e deverá crescer significativamente em 2018. O Global Risks Report 2018 foi divulgado esta quarta-feira e aponta para preocupações geopolíticas, mas também para riscos relacionados com eventos ambientais extremos e ciberataques ou roubo de dados.

A uma semana do encontro de Davos, na Suíça, o Fórum Económico Mundial (World Economic Forum) divulgou o relatório anual sobre os riscos que se anteveem para 2018.

Entre os cerca de mil especialistas que participaram no relatório, 93 por cento dizem esperar um agravamento da confrontação política e económica entre grandes potências mundiais.

Cerca de 79 por cento antecipam um intensificado risco de conflito militar entre Estados. A juntar à ameaça de um conflito na península coreana, o relatório aponta ainda o risco de novos confrontos militares no Médio Oriente. A política de Donald Trump do “America First” está a fazer escalar a volatilidade geopolítica, enquanto o populismo e a polarização da sociedade se está a transformar numa “força de destabilização política”.

No topo dos riscos para 2018 estão fenómenos ambientais, depois de um ano em que as tempestades no Atlântico, como o Furacão Maria, trouxeram uma enorme devastação. Por outro lado, os peritos apontam a decisão dos EUA de abandonar o Acordo de Paris sobre as alterações climáticas como o exemplo dos riscos para este ano.

Os peritos foram chamados a priorizar 30 riscos globais. Os eventos climáticos extremos foram considerados o risco mais proeminente.

Riscos em termos de probabilidade
1. Eventos climatéricos extremos
2. Desastres naturais
3. Ciberataques
4. Fraude ou roubo de dados
5. Fracasso de medidas de mitigação das alterações climáticas

Riscos em termos de impacto
1. Armas de destruição massiva
2. Eventos climatéricos extremos
3. Desastres naturais
4. Fracasso de medidas de mitigação das alterações climáticas
5. Crise de água

A pesquisa de perceção de risco indica também que as ameaças cibernéticas estão a ganhar destaque, "com os ataques cibernéticos em grande escala, agora posicionados em terceiro lugar em termos de probabilidade, enquanto a crescente dependência cibernética é classificada no cenário de riscos global para os próximos 10 anos como o segundo fator mais significativo".

Por outro lado, os riscos económicos surgem com menor destaque em 2018, "levando alguns especialistas a preocuparem-se com a possibilidade da melhoria das taxas de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) mundial poder levar ao laxismo sobre os riscos estruturais persistentes nos sistemas financeiro e económico globais".

A desigualdade está classificada em terceiro lugar entre os fatores de risco e é denominada um “problema corrosivo” em muitos países.
Colapso dos sistemas globais
"Uma crescente recuperação económica apresenta-nos uma oportunidade, que não podemos dar-nos ao luxo de desperdiçar, para atacar as fraturas que permitimos que enfraquecessem as instituições, as sociedades e o meio ambiente a nível mundial. Devemos levar a sério o risco de um colapso dos sistemas globais. Juntos temos os recursos e novos conhecimentos científicos e tecnológicos para prevenir isto", afirma o fundador e presidente executivo do Fórum Económico Mundial, Klaus Schwab, citado em comunicado.

O Global Risks Report é realizado anualmente pelo World Economic Forum, com a colaboração de vários parceiros, entre os quais a Marsh & McLennan Companies.

O Fórum Económico Mundial realiza-se na próxima semana, em Davos, e desta vez deverá contar com a presença de Donald Trump. O presidente norte-americano deverá discursar no dia de encerramento. O encontro realiza-se de 23 a 26 de janeiro e junta 70 chefes de Estado e de Governo, bem como empresários, celebridades e banqueiros.
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