O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, já não está em risco de vida após ter sido operado esta quarta-feira na sequência do atentado a tiro de que foi alvo, revelou o seu vice-primeiro-ministro, Tomas Taraba.
Em declarações à estação britânica BBC, citada pela agência Efe, Taraba realçou que Fico foi operado e já não corre risco de vida.
"Fiquei muito chocado... felizmente, até quanto sei, a operação correu bem e presumo que irá sobreviver. Não está em situação de risco de vida neste momento", frisou Taraba.
"Ficou gravemente ferido: uma bala atingiu-o no estômago e a segunda na articulação. Foi imediatamente levado para o hospital e depois para o bloco operatório", acrescentou o vice-primeiro-ministro.
O ministro da Defesa da Eslováquia, Robert Kaliniak, tinha referido antes das declarações de Tabara que o estado de saúde de Fico era "extremamente grave".
Fico sofreu "traumas múltiplos" depois de ter sido baleado cinco vezes, tinha explicado o ministro da Defesa.
"Não há dúvida de que foi um ataque com fundamentos políticos", acrescentou Kaliniak, que coloca o ataque no contexto de "uma incapacidade de aceitar a vontade da sociedade".
O autor dos disparos contra Fico é um homem de 71 anos, natural da cidade de Levice, no sudeste do país, que foi detido pela polícia no local do ataque, segundo os meios de comunicação eslovacos.
O ataque contra Roberto Fico, de 59 anos, ocorreu junto da Casa da Cultura, na cidade de Handlova, localizada a cerca de 150 quilómetros a nordeste da capital.
O suspeito foi identificado pelos `media` eslovacos como um escritor local.
"Acho que posso confirmar, sim", respondeu o ministro do Interior, Matus Sutaj Estok, aos jornalistas que o questionaram sobre a identidade do atirador, que segundo relatos dos `media` é um dos fundadores do clube literário Duha (arco-íris), no cidade de Levice.
A imprensa acrescentou que este homem é autor de diversas coletâneas de poesia e que é membro da associação oficial dos escritores eslovacos.
A associação confirmou no Facebook que é membro desde 2015, e que se os factos se confirmassem "a adesão desta pessoa desprezível seria imediatamente cancelada".
O filho do suspeito disse ao `site` de notícias aktuality.sk que o seu pai tinha uma arma de fogo legalmente registada.
Questionado sobre o que seu pai sentia em relação a Fico, o filho referiu: "Digo-lhe uma coisa: Não votou nele. É tudo o que posso dizer".
Vários depoimentos do suspeito estão disponíveis nas redes sociais.
Num vídeo publicado `online` há oito anos, este homem refere: "O mundo está cheio de violência e armas. As pessoas parecem estar a enlouquecer".
Também disse ter fundado um "Movimento Contra a Violência" em Levice, que se define na sua página no Facebook como "um partido político emergente cujo objetivo é impedir a propagação da violência na sociedade".