Ruanda e Reino Unido prorrogam acordo para enviar migrantes para o país africano

por Lusa

O Ruanda e o Reino Unido acordaram hoje em prorrogar o polémico acordo firmado em abril para enviar para este país africano os requerentes de asilo, durante uma visita de dois dias da secretária de Interior britânica, Suella Braverman.

"Assinámos hoje uma adenda à Associação de Migração e Desenvolvimento Económico, que irá alargar a prestação de apoio às pessoas que sejam recolocadas no Ruanda", afirmou a secretária do Interior britânica, sem adiantar mais detalhes.

A governante fez este anúncio durante uma conferência de imprensa na capital ruandesa, onde permanecerá até hoje, segundo adiantaram os meios de comunicação locais, citados pela Efe.

"Esta aliança inovadora representa um grande passo nos nossos esforços para fazer frente à imigração irregular e agrada-nos trabalhar em estreita colaboração com o Reino Unido nisto", afirmou, por seu lado, o seu homólogo ruandês, Vincent Biruta.

"O Reino Unido está a investir na capacidade do Ruanda para oferecer melhores oportunidades aos migrantes e também aos ruandeses", adiantou.

Segundo Vincent Biruta, o plano "vai ajudar a desmantelar as redes criminosas de tráfico de pessoas", argumento em que ambos os países insistem desde que o plano foi conhecido.

De acordo com este plano do Governo britânico, as pessoas que chegarem ilegalmente a solo britânico são enviadas para o Ruanda que processará os seus pedidos de asilo e decidirá se lhes permite ficar durante cinco anos ou se os obriga a deixar o país.

O Governo pretendia enviar os primeiros requerentes de asilo para o Ruanda em 14 de junho, mas as deportações têm sido travadas por vários processos judiciais.

O acordo entre os dois países foi alvo de fortes críticas por parte de organizações de direitos humanos que consideram que viola o direito internacional, nomeadamente a Convenção de 1951 sobre Refugiados.

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