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Rússia. Duas jornalistas recusaram alinhar com "propaganda" de Putin
Os meios de comunicação na Rússia têm sido altamente controlados. Apenas os canais estatais ou os órgãos que não fazem referência à guerra na Ucrânia continuam a exercer. Apesar do controlo, duas jornalistas mostraram revolta pela maneira como o Kremlin quer retratar o conflito na Ucrânia. Marina Ovsyannikova entrou num noticiário em direto para contestar a guerra. Lilia Gildeyeva fugiu da Rússia e só depois apresentou a demissão.
Um episódio altamente partilhado nas redes sociais. Na última segunda-feira, Marina Ovsyannikova, editora do Channel 1 da Rússia apareceu em direto num noticiário a fazer apelos contra a guerra na Ucrânia. Filha de pai ucraniano, a jornalista tinha escrito no cartaz para os russos não acreditarem na propaganda do Kremlin.
Numa mensagem previamente gravada, a jornalista disse sentir-se envergonhada por ter participado na campanha de desinformação do Kremlin nos últimos oito anos, alertando que a Ucrânia está a ser atacada e que a Rússia é o agressor.
Ovsyannikova, entretanto, foi detida e depois de muita especulação já apareceu em público. A jornalista foi a tribunal, juntamente com o advogado, e foi acusado pelo executivo russo de “atos de hooliganismo” na televisão estatal.
Depois de aprovada uma lei que pode levar a 15 anos de prisão a todos aqueles que apresentem histórias diferentes das mostradas nos meios de comunicação russos, Marina Ovsyannikova foi libertada e obrigada ao pagamento de uma multa depois do episódio que protagonizou.
Apesar da detenção, os opositores russos ao regime de Putin exaltaram a jornalista como uma “heroína russa”. Casos de Lev Shlosberb e Ilya Yashin que escreveram na rede social Twitter que “cinco segundos de verdade pode apagar a roupa suja de semanas de propaganda”.
Outra jornalista deixou a Rússia
Depois deste episódio, outra jornalista, Lilia Gildeyeva, revelou que já não trabalha para o canal de notícias NTV. Gildeyeva trabalhava no canal desde 2006 e até já havia sido elogiada por Vladimir Putin pelo seu papel na informação.
Em declarações a um blogger conhecido na Rússia, Lilia Gildeyeva afirmou ter fugido por ter medo de não poder sair do país depois de apresentar a demissão do canal onde trabalhava.
“Primeiro, deixei [a Rússia] porque tinha medo de não poder sair de forma natural e só depois é que apresentei a minha carta de demissão”, disse Gildeyeva.
Numa mensagem previamente gravada, a jornalista disse sentir-se envergonhada por ter participado na campanha de desinformação do Kremlin nos últimos oito anos, alertando que a Ucrânia está a ser atacada e que a Rússia é o agressor.
Ovsyannikova, entretanto, foi detida e depois de muita especulação já apareceu em público. A jornalista foi a tribunal, juntamente com o advogado, e foi acusado pelo executivo russo de “atos de hooliganismo” na televisão estatal.
Depois de aprovada uma lei que pode levar a 15 anos de prisão a todos aqueles que apresentem histórias diferentes das mostradas nos meios de comunicação russos, Marina Ovsyannikova foi libertada e obrigada ao pagamento de uma multa depois do episódio que protagonizou.
Apesar da detenção, os opositores russos ao regime de Putin exaltaram a jornalista como uma “heroína russa”. Casos de Lev Shlosberb e Ilya Yashin que escreveram na rede social Twitter que “cinco segundos de verdade pode apagar a roupa suja de semanas de propaganda”.
Outra jornalista deixou a Rússia
Depois deste episódio, outra jornalista, Lilia Gildeyeva, revelou que já não trabalha para o canal de notícias NTV. Gildeyeva trabalhava no canal desde 2006 e até já havia sido elogiada por Vladimir Putin pelo seu papel na informação.
Em declarações a um blogger conhecido na Rússia, Lilia Gildeyeva afirmou ter fugido por ter medo de não poder sair do país depois de apresentar a demissão do canal onde trabalhava.
“Primeiro, deixei [a Rússia] porque tinha medo de não poder sair de forma natural e só depois é que apresentei a minha carta de demissão”, disse Gildeyeva.