Rússia reitera abertura a "propostas sérias" do Ocidente e de Kiev

por Lusa

A Rússia reiterou hoje a sua abertura para discutir "propostas sérias" do Ocidente e de Kiev para uma resolução político-diplomática do conflito na Ucrânia, mas salientou que não tolerará ultimatos.

"Por mais de uma vez declarámos que estamos abertos a propostas sérias do Ocidente e da Ucrânia para uma resolução político-diplomática da crise, mas, para nós, a linguagem dos ultimatos é intolerável", disse a porta-voz da diplomacia russa Maria Zakharova, num comentário publicado no site do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.

Maria Zakharova frisou que, para alcançar uma paz estável, é necessário conseguir "a cessação dos carregamentos de armas e mercenários para a Ucrânia, o fim das ações militares e o regresso da Ucrânia ao estatuto de país neutro, fora dos blocos".

A porta-voz insistiu também no "reconhecimento internacional das novas realidades territoriais", referindo-se à anexação da Crimeia em 2014 e de outras quatro regiões ucranianas durante a campanha militar russa na Ucrânia.

Acrescentou que a Ucrânia deve ser desmilitarizada e desnazificada, objetivos estabelecidos pelo Presidente russo Vladimir Putin quando lançou a sua campanha militar na Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022.

Zakharova realçou também que todas as ameaças que emanam do território da Ucrânia devem ser eliminadas e que a Ucrânia deve ratificar o seu estatuto não nuclear e garantir os direitos da população de língua russa e das minorias étnicas.

"Uma parte inalienável (de um possível acordo) deve ser o levantamento de todas as sanções ilegais e processos judiciais contra a Rússia apresentados nos tribunais internacionais", sublinhou.

Na sexta-feira, o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de captura contra Putin como "alegadamente responsável" pela deportação ilegal de crianças ucranianas e a sua transferência de áreas ocupadas na Ucrânia para a Rússia, o que constitui um crime de guerra ao abrigo do tratado do tribunal, o Estatuto de Roma.

O mandado de captura contra o chefe do Kremlin foi descrito como "legalmente nulo e sem efeito" pela Rússia, uma vez que o país não reconhece a legitimidade do TPI.

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