Rússia. Tiroteio em escola de Kazan faz vários mortos

por RTP
Equipa de agentes entra na escola número 175 em Kazan, no Tartaristão, Rússia, onde ocorreu o tiroteio esta terça-feira. Reuters

Sete estudantes e um professor morreram num tiroteio numa escola de Kazan, cidade do centro da Rússia, na região da Tartária. Pelo menos 32 pessoas ficaram feridas. Na sequência do massacre desta terça-feira, o Presidente russo, Vladimir Putin, ordenou de imediato uma revisão das regras sobre o porte de armas no país.

Há até ao momento vários balanços provisórios sobre o número de mortos e feridos, que admitem pelo menos 11 óbitos. Para já, confirmam-se oito vítimas mortais, sete alunos do oitavo ano (quatro rapazes e três raparigas) e um professor.

De acordo com as autoridades de saúde regionais, 21 pessoas foram hospitalizadas, incluindo 18 crianças. Seis dos feridos estão nos cuidados intensivos.

As informações veiculadas pelas várias agências noticiosas davam conta de que havia dois atiradores, mas as autoridades locais já vieram esclarecer que o ataque foi perpetrado apenas por um atirador.

Em reação imediata a este tiroteio, Vladimir Putin anunciou esta terça-feira, horas depois do ataque, que vai ordenar uma revisão das regras para o porte de armas.

"O Presidente ordenou que seja elaborado com urgência um novo esboço sobre o tipo de armas autorizadas em circulação entre a população civil", anunciou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência France-Presse.

Kazan, local onde ocorreu este massacre, é a capital da região do Tartaristão, de maioria muçulmana. A cidade, conhecida como "a terceira capital da Rússia" está localizada 725 quilómetros a leste de Moscovo.

As autoridades anunciaram o fortalecimento das medidas de segurança noutras escolas da região.

"Estava em aula quando ouvi primeiro uma explosão, depois tiros", disse um professor ouvido pela agência TASS.

Várias imagens partilhadas nas redes sociais mostram alunos a saltar de janelas para escapar ao tiroteio, bem como pessoas feridas a serem retiradas do edifício.

"Ouvimos uma explosão no edifício da escola e vimos muito fumo", disse outra testemunha que não se identificou à agência RIA Novosti.
Problemas com antigos colegas e professores
Evgueni Mouravitch, correspondente da RTP na Rússia, revela que há neste momento informações contraditórias sobre o atacante, mas que as autoridades russas descartam a hipótese de atentado por parte de uma organização extremista.

O correspondente da RTP adianta o presumível atirador já foi identificado e é um ex-aluno da escola que procurava vingar-se de antigos colegas e professores.

Segundo as informações veiculadas pela imprensa russa, o jovem de 19 anos terá uma perturbação mental.

Os tiroteios em escolas são acontecimentos raros na Rússia devido ao apertado controlo de posse de armas. No entanto, os incidentes violentos em escolas têm vindo a aumentar.

Um dos mais recentes ocorreu em 2018 em Kerch, na Crimeia - território anexado pela Rússia desde 2014 - quando um estudante de uma universidade matou 19 pessoas.

Na altura, o Presidente russo Vladimir Putin culpou a "globalização" pelo tiroteio, considerando que o fenómeno de tiroteios em escolas tem origem nos Estados Unidos. 
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