Russo revela fotos de base soviética abandonada em Baikonur

Um "explorador urbano" russo, como se descreve, esteve numa base espacial soviética abandonada no Cazaquistão e revelou agora fotos das ruínas. O Cosmódromo de Baikonur foi, em tempos, o orgulho do programa espacial soviético. Atualmente, um dos hangares está coberto de pó e dejetos de pássaros.

João Ferreira Pelarigo - RTP /
Ralph Mirebs, blogue http://ralphmirebs.livejournal.com/

No interior do hangar, o homem descobriu foguetões abandonados, peças incríveis da história da conquista espacial da era da Guerra Fria. O abandono era evidente, através dos vidros partidos, falta de azulejos nas paredes e os interiores devastados.

Ralph Mirebs encontrou os foguetões abandonados, fotografou-os e partilhou-os na sua conta de Instagram e no blogue pessoal. Revelou ao mundo peças nunca antes vistas pela generalidade da população.

Um "explorador urbano" russo, como se descreve, esteve numa base espacial soviética abandonada no Cazaquistão e revelou agora fotos das ruínas. O Cosmódromo de Baikonur foi, em tempos, o orgulho do programa espacial soviético. Atualmente, um dos hangares está coberto de pó e dejetos de pássaros.

O homem, de 36 anos, escreveu na sua página online que se sentiu "tocado" pelo fim triste que estas "fantásticas máquinas voadoras" tiveram.

"O hangar fica a alguns quilómetros da base de lançamento Gagarin", revelou Mirebs. Esta base foi de onde o cosmonauta soviético Yuri Gagarin saiu para se tornar o primeiro homem a viajar pelo espaço.

Estes protótipos são, à partida, parte do programa soviético Buran - uma série de produção de 11 vaivém espaciais produzidos pela União Soviética para fazer frente aos EUA -, que começou em 1974, em plena Guerra Fria, e foi descontinuado no início da década de 90.
"Vai permanecer em segredo"
Entrevistado pela CNN, este "explorador urbano", como o próprio se intitula, revelou que descobriu o que estava no interior do hangar através da leitura de livros sobre a exploração espacial soviética.

Localização do Cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão (Foto: Google Maps)

"Ver os foguetões foi o objetivo principal da minha viagem a Baikonur", disse, destacando que não sabia em que estado ia encontrar os aparelhos.

Para Mirebs, um entusiasta do espaço, esta foi uma descoberta de uma vida.

O russo afirmou que entrou no edifício porque "não estava trancado e não havia pessoas lá dentro". Como entrou de dia, havia luminosidade suficiente "para admirar a sua espetacularidade".

Questionado sobre a forma como teve acesso ao Cosmódromo de Baikonur, a primeira e maior base de lançamento de foguetes do mundo, Mirebs disse que "vai permanecer em segredo".

Ralph Mirebs sublinhou que este é "um terrível fim para estas fantásticas máquinas".

"Eu adorava que o hangar, com os foguetões e o equipamento restante se tornasse um museu", concluiu.
Tópicos
PUB