Sarkozy saúda trabalho de UA no Darfur, mas considera-o insuficiente

por © 2007 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.

Lisboa, 08 Dez (Lusa) - O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, saudou hoje o trabalho da União Africana (UA) no Darfur, Sudão, mas considerou que o trabalho da organização é "ainda insuficiente porque as pessoas ainda não vivem em paz".

Na primeira sessão da II Cimeira UE/África, que hoje se iniciou em Lisboa, o chefe de Estado francês sublinhou a necessidade de se "fazer mais e provavelmente de forma diferente".

"Como amigo, tenho de dizer que ainda há problemas em África. Temos que pensar não só em termos de recursos, mas em dar mais atenção aos resultados (que obtemos)", disse.

"A Europa tem que fazer mais e trabalhar com a UA para garantir a paz, financiar operações da UA ou actuar directamente", defendeu Sarkozy.

O Presidente francês defendeu que a Europa "não tem que dar lições a África", frisando que os dois continentes - africano e europeu - são parceiros.

Sublinhou ainda que não haverá paz em África "sem respeito pelos direitos humanos".

Sarkozy frisou que "uma Europa forte necessita de uma África forte" e que a "Europa não tem a resposta para tudo".

A II Cimeira UE/África, que reúne em Lisboa cerca de uma centena de chefes de Estado e/ou de Governo africanos e europeus, deverá aprovar uma Parceria Estratégica sem precedentes, que regulará, a longo prazo, as relações políticas, económicas e comerciais entre os dois continentes.

Naquela que é a maior reunião política de alto-nível realizada na Europa nas últimas décadas, a Cimeira deverá ainda adoptar o primeiro Plano de Acção, com projectos a executar, no curto prazo (2008-2010), entre os dois continentes, o qual prevê mecanismos de controlo de aplicação e de acompanhamento.

Os líderes europeus e africanos deverão ainda aprovar um documento de natureza política, que será designado por Declaração de Lisboa.

A realização da segunda Cimeira euro-africana era uma das três grandes prioridades da actual presidência portuguesa da UE, que se iniciou em Julho e termina no final deste mês.

Na organização da cimeira assumiu particular relevo o braço-de-ferro entre o Reino Unido e o Zimbabué, com o primeiro-ministro britânico, Gordon Browm, a recusar-se a vir a Lisboa devido à presença do chefe de estado zimbabueano, Robert Mugabe, cujo regime é alvo de sanções europeias por autoritarismo e violações dos direitos humanos.

A primeira Cimeira UE/África realizou-se em Maio de 2000, no Cairo, durante a anterior presidência portuguesa do bloco europeu.


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