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"Se não pagarem, não os defendo". Trump volta a questionar compromisso dos EUA com a NATO
O presidente norte-americano voltou esta quinta-feira a questionar o compromisso dos Estados Unidos com a NATO, afirmando que Washington não irá defender os aliados que não gastam o suficiente na sua própria defesa.
"Se não pagarem o suficiente, não os vou defender", afirmou o presidente norte-americano em declarações aos jornalistas a partir da Casa Branca. Para Donald Trump, os países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte "deviam pagar mais".
"O meu maior problema com a NATO (...) é que se os Estados Unidos estivessem em apuros e nós ligássemos a dizer: 'Temos um problema, França' ou 'temos um problema, alguns outros países que não vou mencionar', acha que eles viriam ajudar-nos, como deveriam fazer? Deviam fazê-lo, mas não tenho assim tanta certeza", afirmou Donald Trump.
O presidente dos Estados Unidos referiu ainda que olha para a NATO como algo "potencialmente" bom, mas considerou que "aquilo que tem acontecido é muito injusto".
"Até eu chegar, pagávamos perto de 100 por cento da NATO. (...) Pagamos 100 por cento do seu exército. E eles estão a tramar-nos no comércio", acrescentou.
Ainda na passada semana, Donald Trump assegurava o seu apoio ao Artigo 5º da NATO, que prevê a assistência mútua entre aliados em caso de agressão, uma garantia deixada aquando da visita do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à Casa Branca.
Esta quinta-feira, o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, ressalvava o "empenho dos Estados Unidos" e o "empenho pessoal" de Donald Trump na NATO.
Por várias décadas, os países europeus reduziram as despesas militares com base na segurança conferida pela aliança com Washington, ao abrigo da Aliança Atlântica. A declaração de Trump surge, aliás, no mesmo dia em que os 27 Estados-membros deram luz verde ao plano da Comissão Europeia para reforçar a sua Defesa.
O plano "Rearmar a Europa" visa mobilizar cerca de 800 mil milhões de euros, incluindo 150 mil milhões em empréstimos, para reforçar as capacidades de defesa do continente europeu.
Em 2024, os EUA gastaram quase 3,3 por cento do PIB em defesa e por vários anos que têm apelado aos europeus para que aumentem os seus gastos nessa área. Essa foi, aliás, uma das bandeiras do atual presidente durante o primeiro mandato.
Em 2024, os EUA gastaram quase 3,3 por cento do PIB em defesa e por vários anos que têm apelado aos europeus para que aumentem os seus gastos nessa área. Essa foi, aliás, uma das bandeiras do atual presidente durante o primeiro mandato.
Donald Trump tem defendido nas últimas semanas que os países-membros da NATO devem gastar pelo menos 5 por cento do seu PIB em defesa.
Em fevereiro de 2024, ainda como candidato do Partido Republicano, Donald Trump incitou a Rússia a "fazer o que entendesse" a qualquer Estado-membro da NATO que não cumprisse com as metas de investimento em Defesa.
Em fevereiro de 2024, ainda como candidato do Partido Republicano, Donald Trump incitou a Rússia a "fazer o que entendesse" a qualquer Estado-membro da NATO que não cumprisse com as metas de investimento em Defesa.
Portugal é um dos Estados-membros da NATO que não cumpre com a meta atualmente estabelecida pela NATO de investimento em Defesa correspondente a 2 por cento do PIB. O Governo português prevê que o país possa atingir essa meta em 2029, mas já se predispôs a antecipar ainda mais o calendário.