Segurança reforçada na Praça dos Três Poderes na véspera do julgamento de Bolsonaro
As autoridades estão em alerta para o julgamento do ex-Presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que começa terça-feira, e reforçaram as medidas de segurança no local e até dos próprios juízes.
De acordo com a Agência Brasil, que cita fontes oficiais, as imediações da Praça dos Três Poderes, local invadido e atacado a 08 de janeiro de 2023 por milhares de radicais, tem a partir de hoje segurança reforçada.
O contingente policial deverá ficar em prontidão até 12 de setembro, último dia do julgamento no qual Jair Bolsonaro e outras sete pessoas são acusadas de tentativa de golpe de Estado.
O dia 07 de setembro, data das celebrações da independência do país, é também uma preocupação das autoridades, já que nos últimos anos a data tem sido utilizada por Jair Bolsonaro para fortes manifestações.
Estão proibidas a partir de hoje aglomerações no local, tendo sido instalada uma estrutura que reúne vários órgãos de investigação para monitorizar movimentos atípicos tanto nas ruas da capital brasileira, como nas redes sociais.
As autoridades anunciaram ainda que vão reforçar as abordagens às pessoas que transitem pela Praça dos Três Poderes (um dos lugares mais turísticos de Brasília) e que as revistas vão ser intensificadas.
As autoridades vão ainda proceder a revistas minuciosas do local através da utilização de drones de imagem térmica. As casas dos cinco juízes que compõem a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal vão também ser inspecionadas diariamente.
Jair Bolsonaro e sete membros da sua cúpula vão começar a ser julgados por tentativa de golpe de Estado na terça-feira, num julgamento que pode sentenciar o ex-Presidente brasileiro a mais de 40 anos de prisão.
Este grupo, chamado de "Núcleo 1" ou "Núcleo Crucial", responde por tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático, tentativa de golpe de Estado, participação em organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de património.
A acusação aponta que Jair Bolsonaro foi o "principal articulador" e líder do plano de golpe de Estado que incluiu até um plano para assassinar Lula da Silva e outras autoridades, como o juiz Alexandre de Moraes, com o Ministério Público a fundamentar os seus argumentos através de áudios, registos de reuniões, documentos, testemunhos e na confissão do ex-adjunto de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid, que também estará no banco dos réus.
O ex-adjunto afirmou que o ex-chefe de Estado brasileiro recebeu, leu e modificou um decreto para declarar o estado de sítio, reverter a vitória eleitoral de Lula da Silva e prender juízes do STF.
O próprio Bolsonaro reconheceu que sondou "alternativas" constitucionais porque sentiu que a Justiça o prejudicou nas últimas eleições, mas sempre negou que quisesse "dar um golpe" porque, para isso, segundo ele, seriam necessários "tanques de guerra nas ruas".