Seis milhões de sul-coreanos já votaram para escolher sucessor de Yoon

Mais de 44 milhões de eleitores começaram esta terça-feira a votar nas eleições presidenciais antecipadas na Coreia do Sul, após a destituição do ex-presidente Yoon Suk-yeol, na sequência da imposição da lei marcial em dezembro.

Lusa /
Os sul-coreanos já votam para eleger um novo presidente Yonhap - EPA

A votação começou às 22h00 de segunda-feira em Lisboa em 14.295 mesas de voto em todo o país e cerca de seis milhões de pessoas já tinham votado nas primeiras quatro horas.

Outras 15 milhões de pessoas já tinham votado durante o período de votação antecipada, que decorreu entre 29 e 30 de maio, de acordo com a Comissão Eleitoral Nacional.

As urnas irão encerrar ao meio-dia em Lisboa e observadores afirmam que o vencedor pode ser anunciado ainda antes da meia-noite em Seul.

O vencedor assumirá o cargo imediatamente, logo após a confirmação dos resultados pela Comissão Nacional de Eleições sul-coreana, sem o habitual período de transição de dois meses.

Entre os principais candidatos está Lee Jae-myung, do Partido Democrático, que, de acordo com uma sondagem divulgada na semana passada pela Gallup Korea, lidera as intenções de voto com 49% das intenções de voto apuradas.

Numa publicação feita esta terça-feira na rede social Facebook, Lee pediu aos eleitores que "emitam um julgamento severo e resoluto" contra os conservadores, face à crise política criada pela imposição da lei marcial.

O Tribunal Constitucional confirmou a destituição de Yoon em abril, obrigando à realização de eleições no prazo de 60 dias, conforme estipulado pela Constituição do país asiático.

A tentativa de Yoon de tomar o poder, alegando ameaças de "forças inimigas do Estado" e da Coreia do Norte, foi precedida por meses de paralisia política.

Acusações mútuas

Num dos últimos discursos de campanha, na segunda-feira, Lee Jae-myung alertou para os alegados perigos de uma eventual vitória de Kim Moon-soo, candidato do Partido do Poder Popular, que apoiava o ex-presidente Yoon Suk-yeol.

A vitória de Kim - que segundo sondagens recolhia 35% das intenções de voto - significaria "o regresso das forças rebeldes, a destruição da democracia e a privação dos direitos humanos das pessoas", considerou Lee Jae-myung.

Na direção oposta, Kim Moon-soo alertou que uma vitória de Lee Jae-myung lhe permitiria lançar retaliações políticas contra os rivais e implementar leis para o proteger de vários problemas legais, uma vez que o Partido Democrático controla o Parlamento.

A campanha ficou marcada pela ausência de um debate sobre a política externa da Coreia do Sul, apesar dos Estados Unidos terem imposto taxas alfandegárias de 25% sobre as importações oriundas do país asiático, e da persistente ameaça da Coreia do Norte, com a qual Seul continua tecnicamente em guerra.

Internamente, o país enfrenta um acentuado declínio da taxa de natalidade --- atualmente fixada em 0,75 por mil habitantes, uma das mais baixas do mundo ---, indício de uma profunda crise demográfica.

 

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