Sequestradores demoraram três a quatro minutos para apresar navio

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Atenas, 14 Abr (Lusa) - A operação de apresamento do navio Irene EM, realizada por piratas, segunda-feira à noite, no Golfo de Aden, demorou "cerca de três a quatro minutos", disse à Agência Lusa fonte portuguesa da NATO.

"Confirma-se que o navio Irene EM foi apresado cerca das 23:28 hora de Lisboa (de segunda-feira)", adiantou, em declarações à Agência Lusa, o comandante Santos Fernandes, porta-voz da NATO, a bordo da fragata portuguesa Corte-Real, que se encontra ao largo da costa da Somália.

"O alarme inicial foi ouvido pela fragata espanhola da NATO (...) às 23:25 e passado três minutos o navio informou que tinha sido abordado por piratas", disse, estimando "que o ataque tenha durado três a quatro minutos".

O cargueiro Irene EM, com pavilhão de São Vicente e Granadinas, país das Caraíbas localizado nas Pequenas Antilhas, pertence à companhia marítima Chian Spirit Maritime Enterprises Ltd, com sede no Pireu, principal porto da Grécia, está neste "momento a dirigir-se para a costa da Somália", disse Santos Fernandes.

"Nós temos unidades da NATO a acompanhar os movimentos do navio", frisou o militar.

O responsável referiu que na segunda-feira houve dois ataques (aproximações) de piratas, um dos quais levou ao resgate também de um navio, neste caso italiano.

Questionado pela Agência Lusa sobre o destino das tripulações dos navios apresados, Santos Fernandes referiu que "ligeiramente mais do que 260 elementos" das guarnições dos navios apresados "estão feitos reféns pelos piratas".

"Eles estão a abordo dos seus navios (...). Neste momento existem 17 navios (das mais diversas nacionalidades) sequestrados pelos piratas na Somália", sublinhou.

"O período de cativeiro nunca é muito prolongado porque os armadores e as empresas, as companhias, perdem muito dinheiro em termos de volume de negócios quando o navio fica parado durante muito tempo", avançou.

"Normalmente - disse - a solução adoptada pela maior parte dos países tem sido o pagamento de resgate, que passa por um período de negociação para tentar estabelecer o montante em causa"

Relativamente ao navio hoje apresado, a NATO "está a acompanhar a situação no terreno (...) e à espera que se inicie o diálogo".

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