Sete deportados dos EUA para o Sudão do Sul continuam detidos e com futuro incerto
Sete dos oito homens deportados dos Estados Unidos para o Sudão do Sul este ano continuam detidos no país africano enquanto as autoridades locais decidem que futuro lhes dar, anunciou esta quinta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros sul-sudanês.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Sudão do Sul afirmou, em julho, que oito pessoas haviam chegado no dia 05 desse mês ao aeroporto de Juba, "na sequência de um processo de deportação pelo Governo dos Estados Unidos".
O Sudão do Sul decidirá agora se os homens devem permanecer no país ou ser repatriados para outro lugar, explicou hoje a porta-voz do ministério, Apuk Ayuel Mayen, a jornalistas em Juba, a capital.
A maioria dos homens --- vindos de Cuba, Laos, México, Mianmar, Paquistão, Coreia do Sul e Vietname --- não tem vínculos com o Sudão do Sul. Um oitavo homem é sul-sudanês, mas deixou África quando era criança, antes mesmo de o Sudão do Sul existir (fundado em 2011), segundo o jornal digital The Intercept.
De acordo com a porta-voz do ministério sul-sudanês, o cidadão desta nacionalidade "foi libertado e agora está com a sua família".
Mayen frisou que a deportação de cidadãos estrangeiros dos Estados Unidos da América (EUA) foi baseada em negociações bilaterais e não num acordo formal, não dando mais detalhes sobre os deportados.
Desta forma, não se sabe exatamente onde, no Sudão do Sul, estão os sete homens detidos e em que condições, ou se têm acesso a representação legal.
Outras nações africanas que receberam deportados dos EUA incluem o Uganda, o Essuatíni e o Ruanda.
O Essuatíni, um reino na África Austral, recebeu cinco homens com antecedentes criminais em julho. O Ruanda anunciou a chegada de um grupo de sete deportados em meados de agosto.
As deportações para o Uganda ainda não começaram, mas as autoridades norte-americanas já disseram anteriormente que querem enviar Kilmar Abrego Garcia, que está num centro de detenção na Virgínia, para o país da África Oriental, mas as deportações têm enfrentado oposição dos tribunais nos EUA.