Sete portugueses a bordo. Avião com mais de 200 passageiros cai na Índia

por RTP
Foto: Adnan Abidi - Reuters

Um avião da Air India com mais de duas centenas de passageiros a bordo despenhou-se esta quinta-feira após descolar do aeroporto indiano de Ahmedabad, no oeste do país. O voo AI171 tinha como destino Gatwick, em Londres. Seguiam sete portugueses a bordo, segundo a companhia aérea. Um balanço das autoridades apontou inicialmente para a morte de todas as pessoas a bordo, mas as autoridades confirmaram que um passageiro foi encontrado com vida. Há ainda registo de dezenas de vítimas mortais no bairro residencial onde o aparelho caiu.

As autoridades falam em um dos piores desastres de aviação do país e no que será, segundo fonte especializada em declarações à agência France Presse, o primeiro acidente do género de um Boeing 787 Dreamliner.

A bordo seguiam 230 passageiros e 12 elementos da tripulação. Morreram 241 pessoas e há registo de um sobrevivente. 

"Sim, confirmamos que há um sobrevivente", afirmou Dhananjay Dwivedi, secretário do Departamento de Saúde do Estado de Gujarat, noroeste da Índia, acrescentando que esse passageiro se encontra a "receber tratamento" no hospital.

De acordo com o balanço das autoridades indianas durante a tarde, haverá no total - contabilizadas vítimas no avião e outras em terra - mais de 290 mortos.

Faiz Ahmed Kidwai, presidente da entidade indiana que supervisiona a aviação civil, adiantou que o avião se despenhou numa área residencial.

Em relação às vítimas inicialmente apontadas não foi especificado quantas se somavam em terra, nas habitações atingidas pela aeronave. As primeiras imagens que chegaram das agências mostravam precisamente bombeiros a combater as chamas numa zona de casas próxima do aeroporto de onde foi realizada a descolagem.
De acordo com a Reuters, entre as 242 pessoas a bordo havia 217 adultos e 11 crianças.

Entretanto, a companhia aérea confirmou que a bordo seguiam 169 cidadãos indianos, 43 britânicos, sete portugueses e um canadiano.

O presidente Marcelo Rebelo de Sousa fez também saber no site da Presidência que “acompanha com profunda preocupação a situação (…) e o anúncio da presença a bordo de cidadãos com nacionalidade portuguesa”.

“Neste momento de profunda tristeza, e enquanto decorrem ainda as operações de socorro a cargo das autoridades competentes, o Presidente da República transmite a mais sentida solidariedade aos familiares de todos os passageiros e da tripulação”, acrescenta a nota da Presidência.

Dos sete passageiros com nacionalidade portuguesa, nenhum tinha família a viver em Portugal.

O Boeing 787 despenhou-se perto do aeroporto de Ahmedabad pouco depois de descolar (13h39 locais), segundo a polícia. "Estamos cientes dos relatos iniciais e estamos a trabalhar para reunir mais informações", refere o comunicado da Boeing.
"Mayday"

O avião chegou a emitir o sinal de “mayday”, o aviso de emergência, segundo o regulador indiano (DGCA). A entidade acrescenta que o piloto tinha 8.200 horas de experiência de voo e o co-piloto outras 1.100. A equipa fez a chamada de “mayday” para a torre de controlo, mas depois disso não houve qualquer resposta da cabine do avião, que caiu logo após a descolagem.

Bhupendra Patel, o primeiro-ministro de Gujarat, disse na rede social X que as autoridades receberam instruções para realizar "operações imediatas de resgate e socorro" e tomar providências "de estado de guerra".

“Também instruí as autoridades para providenciarem um corredor verde para transportar os passageiros feridos para tratamento e garantir que todos os cuidados médicos necessários tenham prioridade no hospital”, disse.


Numa declaração publicada no X, o presidente da Air India, Natarajan Chandrasekaran, confirmou "com profundo pesar [que] o voo 171 da Air India, operando em Ahmedabad e Londres Gatwick, se envolveu num trágico acidente".


Mehmet Yaren Bozgun - Anadolu via AFP

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, fala de uma “tragédia” que entristece: “É de partir o coração, indescritível (...) As autoridades estão a trabalhar para ajudar os afetados”.


Por sua vez, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, disse que seus pensamentos estão com os passageiros e familiares dos passageiros. "As cenas que surgem (…) são devastadoras”, admitiu, dizendo que está a receber informação ao minuto e que o rei Carlos III de Inglaterra está a ser informado do ponto de situação, tendo-se já dito "extremamente chocado". 


Reuters

Investigadores americanos vão deslocar-se ao local
A Agência Americana de Segurança dos Transportes (NTSB) anunciou já que vai liderar uma equipa de investigadores americanos que se dirigirá à Índia para "prestar assistência" aos seus homólogos indianos após a queda do Boeing 787 Dreamliner.

"Nos termos dos protocolos do Anexo 13 da Organização Internacional da Aviação Civil, todas as informações sobre a investigação serão transmitidas ao governo indiano", especificou a NTSB, na sua conta X.

Por seu lado, o regulador americano da aviação (FAA) havia comunicado anteriormente que estava em contacto com a NTSB após a queda do avião entregue à Air India no início de 2014.

"Quando ocorre um incidente no exterior, este governo conduz as investigações. No caso de ser necessária assistência, o NTSB é o representante oficial dos Estados Unidos e a FAA fornece apoio técnico", explica em comunicado a Administração Federal de Aviação.
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