Sete soldados mortos em ataque jihadista na Nigéria
Um ataque de jihadistas do Estado Islâmico a uma base militar no nordeste da Nigéria matou sete soldados na sexta-feira, adiantaram hoje fontes militares à AFP, mas o exército admite apenas quatro mortos.
O ataque teve lugar na aldeia de Ngamdu, a cerca de cem quilómetros de Maiduguri, a capital do estado de Borno.
Os combatentes do Estado Islâmico na África Ocidental (ISWAP) tomaram de assalto a base com armas automáticas, `rockets` e drones carregados de explosivos, segundo as fontes ouvidas pela AFP.
"Perdemos sete soldados nesse ataque bem coordenados dos terroristas do ISWAP", declarou um oficial sob anonimato. Outra força confirmou este balanço.
O ataque destruiu ainda quatro viaturas do exército.
O exército nigeriano, por seu lado, deu conta de "quatro soldados mortos em combate e cinco feridos", afirmando ter "neutralizado 15 terroristas" num comunicado publicado na rede social X (antigo Twitter).
O exército nigeriano é frequentemente acusado de minimizar as suas perdas na luta que trava há 16 anos contra os grupos jihadistas ativos no nordeste do país.
O ataque de sexta-feira levou ao encerramento temporário do eixo rodoviário que liga Maiduguri a Damaturu, capital do estado vizinho do Yobe, para permitir aos militares desarmar os explosivos colocados pelos atacantes, acrescentou o exército no comunicado.
Desde 2019 que as forças armadas nigerianas abandonaram várias pequenas bases para se reagrupar em guarnições fortificadas chamadas de "super campos", por se pensar que resistem melhor aos ataques jihadistas.
Mas essa estratégia é criticada por alguns peritos, uma vez que permite aos jihadistas deslocar-se mais livremente nas zonas rurais, tornando os viajantes mais vulneráveis a ataques e sequestros.
Os ataques do ISWAP e do seu rival Boko Haram intensificaram-se nas últimas semanas, depois de um período de acalmia.
A insurreição jihadista no nordeste da Nigéria, que já fez mais de 40 mil mortos e dois milhões de deslocados nesta região do país mais populoso de África, estendeu-se aos países vizinhos, levando à formação de uma coligação militar regional.