Shutdown. Ajuda alimentar de subsistência reduzida a metade nos EUA

A Casa Branca anunciou que a paralisia orçamental em que os EUA se encontram há mais de um mês vai provocar a redução da assistência alimentar a 42 milhões de americanos em novembro.

Sérgio Alexandre - RTP /
EPA

O governo federal pretendia cessar os pagamentos do SNAP (Programa de Assistência Nutricional Suplementar, na tradução do acrónimo em inglês), de cujos cupões, segundo dados oficiais, dependem 42 milhões de pessoas com baixos rendimentos para comprar alimentos.

No entanto, após um clamor geral e decisões emitidas por dois juízes federais, o United States Department of Agriculture (equivalente a um Ministério da Agricultura) declarou hoje que vai ser utilizado um fundo de contingência num valor superior a 4,5 mil milhões de dólares (cerca de 4 mil milhões de euros), que apenas cobre “metade das necessidades para novembro” dos agregados familiares inscritos no principal programa público de ajuda alimentar nos Estados Unidos.

Na passada sexta-feira, Donald Trump havia garantido que, se a Justiça assim o ordenasse, estaria preparado para desbloquear fundos para assistência de primeira necessidade, afirmando “não querer que americanos passem fome”, uma declaração criticada pela minoria democrata na Câmara dos Representantes, que acusou o Presidente dos EUA de estará instrumentalizar politicamente a fome dos 42 milhões de beneficiários do SNAP.

Os EUA estão num impasse desde 1 de outubro, devido à falta de acordo entre republicanos e democratas no Congresso para a aprovação do orçamento federal.
 
Os ‘shutdowns’ são frequentes na história dos EUA, mas este está na calha para se tornar o mais prolongado de sempre, ultrapassando os 35 dias de paralisação orçamental federal entre dezembro de 2018 e janeiro de 2019, também durante uma administração Trump.

(Com agências)
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