Sismo no Afeganistão provoca mais de 800 mortos e 2.700 feridos

Foi atualizado o balanço com o número de mortos, as autoridades afegãs contabilizam mais de 800 vítimas mortais e mais de 2.700 pessoas ficaram feridas após um sismo de magnitude 6 na escala de Richter. António Guterres manifesta "total solidariedade" após "terramoto devastador".

Cristina Santos - RTP /
Foto: Aimal Zahir - AFP



Os responsáveis locais alertam para a possibilidade de um número superior de mortos, uma vez que o sismo afetou uma área remota do Afeganistão. Segundo o governo talibã, há dezenas de casas destruídas. 

Ocorreu pelas 23h47 locais (20h17 em Lisboa) e fez tremer edifícios na capital, Cabul, e também em Islamabad, no Paquistão. 

O sismo teve uma profundidade de apenas oito quilómetros, o que agravou o nível de destruição, com epicentro perto de Jalalabad, a quinta maior cidade no Afeganistão, e na fronteira com a província vizinha de Kunar.
Foto: Stringer - Reuters (ambulâncias com vítimas em Jalalabad)

O Ministério do Interior dos Talibã afirma em comunicado que a grande maioria das mortes ocorreu nesta região de Kunar e contabiliza mais de 800 vítimas mortais. 

No maior hospital de Kunar, o diretor da unidade afirma que estão a admitir “um paciente a cada cinco minutos” e que o hospital está cheio de feridos (muitas mulheres e crianças). 

Citado pela BBC, este responsável afirma que a situação é de “crise” e declarou emergência no hospital.

É também para esta região que se dirigem esta manhã os helicópteros de socorro enviados pelas autoridades talibãs. 

Os helicópteros são o único meio para tentar chegar às zonas atingidas pelo terramoto, uma vez que os locais afetados são de muito difícil acesso por estrada.

O tremor de terra vai sobrecarregar ainda mais os recursos afegãos onde já se regista uma queda acentuada na ajuda humanitária.

Foto: Aimal Zahir - AFP

ONU, talibãs e Crescente Vermelho mobilizam-se.

O secretário-geral da ONU expressou as condolências às pessoas afetadas pelo terramoto no Afeganistão. "Estou em total solidariedade com o povo do Afeganistão após o devastador terramoto que atingiu o país", afirmou António Guterres.


Antes desta declaração, nas redes sociais, a representação da ONU no Afeganistão deu conta que as equipas estão "a prestar assistência de emergência e apoio vital".

Muitas das áreas gravemente afetadas são remotas e têm redes de telecomunicações limitadas, o que complica os esforços de resgate. 

O porta-voz do Governo talibã, Zabihullah Mujahid, prometeu que as autoridades utilizarão todos os recursos para ajudar a população e que as equipas de resgate das províncias próximas do epicentro do sismo prestarão assistência aos afetados.

O Crescente Vermelho afegão também já enviou equipas médicas para Kunar, a província mais afetada.

É o que se pode ler no X: "funcionários e equipas médicas foram para as áreas afetadas" pelo terramoto e estão a "prestar assistência de emergência às famílias afetadas".

O Governo português lamentou as consequências do sismo. O Ministério dos Negócios Estrangeiros, numa mensagem publicada na rede social X, escreve que "Portugal expressa solidariedade ao povo afegão e dispõe-se a apoiar as ações de salvamento da ONU e do Crescente Vermelho".

O Afeganistão é frequentemente atingido por tremores de terra, sobretudo na cordilheira Hindu Kush, perto da junção das placas tectónicas euroasiática e indiana.

Em outubro de 2023, uma série de sismos devastou a província ocidental de Herat, causando mais de 1.500 mortos.

A província de Nangarhar também foi afetada na semana passada por cheias repentinas, que mataram cinco pessoas e causaram danos em terrenos agrícolas e zonas residenciais.

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