Sismos na Turquia e Síria. Bruxelas acolhe conferência para angariar fundos

por Cristina Sambado - RTP
Maxim Shemetov - Reuters

A Comissão Europeia e a presidência sueca do Conselho da União Europeia organizam esta segunda-feira uma conferência de dadores para angariar donativos e coordenar a resposta às áreas da Síria e da Turquia afetadas pelo terramoto de 6 de fevereiro, que matou mais de 50 mil pessoas e deixou um rasto de destruição.

Segundo informação disponível na página oficial da Comissão na internet, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, no âmbito da presidência sueca, organizam uma conferência, em Bruxelas (Bélgica).

“O propósito da conferência de dadores é angariar donativos e coordenar a resposta de auxílio às áreas afetadas nos dois países”, sustenta a informação disponibilizada por Bruxelas, que acrescenta que a conferência vai ser organizada em conjunto com as autoridades turcas.

A conferência vai estar aberta a todos os Estados-membros da União Europeia, assim com “os países vizinhos”, às Nações Unidas, “instituições financeiras e outros atores relevantes”.
O presidente sírio Bashar al-Assad, que tem sido sancionado pelo ocidente desde a repressão da revolta popular que degenerou em guerra civil em 2011, não vai participar, já o seu homólogo turco Recep Tayyip Erdogan vai estar presente através de videoconferência.


Milhares de pessoas ficaram com as habitações totalmente destruídas nas zonas mais afetadas pelo sismo no sudeste da Turquia e no norte da Síria, onde residem muitos refugiados e deslocados do conflito sírio.

De acordo com as Nações Unidas, o Banco Mundial, Bruxelas e o próprio Governo da Turquia, a reconstrução nas áreas afetadas terá um custo aproximado de 94 mil milhões de euros.

Até agora, a Turquia recebeu apenas 16 por cento do financiamento.

O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) lamentou, há duas semanas, a fraca resposta ao apelo de emergência lançado pela ONU em meados de fevereiro.

Desde os sismos a 6 de fevereiro, mais de 2,7 milhões de pessoas foram obrigadas a abandonar as suas casas por terem ficado destruídas ou fortemente danificadas.


Já a ONG International Rescue Committee (IRC) apelou aos dadores para assegurarem que os apelos sejam totalmente executados e que os fundos cheguem “sem demora” às organizações humanitárias no terreno.

“Mais de um mês após os sismos, a situação nas áreas afetadas continua a ser de desespero. Com muitas casas danificadas ou destruídas, muitas pessoas são ainda obrigadas a dormir em abrigos coletivos que estão sobrelotados e subequipados”, afirmou à AFP Tanya Evans, diretora do IRC na Síria.

Segundo Tanya Evans, “a União Europeia e os seus Estados-membros tencionam assumir compromissos significativos”.

As Nações Unidas estimam que mais de oito milhões de pessoas na Síria necessitem urgentemente de ajuda, incluindo 4,1 milhões de pessoas em áreas controladas pela oposição no norte do país e quatro milhões em áreas controladas pelo Governo de Bashar al-Assad.


Já Anastasia Atassi, do escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, responsável pelos corredores humanitários para a zona afetada pelo terramoto na Síria, lembrou na Antena 1 que esta região está debaixo de fogo há mais de uma década e que este terramoto é mais um de vários episódios dramáticos.
Anastasia Atassi que trabalha na Síria, mas vive na Turquia, fala de um país fortemente destruído pelo terramoto, mas realça que o Governo turco e a ajuda internacional estão a trabalhar na reconstrução das zonas afetadas.

c/ agências
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