Sistema de refrigeração da central de Fukushima voltou a funcionar depois de novo susto
Tóquio, 20 mar (Lusa) -- Os sistemas de refrigeração das piscinas de combustível usado na central nuclear japonesa de Fukushima voltaram hoje a funcionar depois de terem parado, na segunda-feira, devido a um apagão, informou a empresa que gere a central.
Os técnicos da Tokyo Electric Power (TEPCO) conseguiram fazer com que os sistemas de refrigeração das piscinas dos reatores 1, 3 e 4 e da piscina comum voltassem a funcionar com normalidade pouco depois das 00:00 (15:00 em Lisboa de terça-feira), informou hoje a empresa.
A avaria, que foi detetada ao final da tarde de segunda-feira, não causou, no entanto, a paragem do sistema de refrigeração dos reatores danificados na sequência do sismo e tsunami de 2011, mas salientou a fragilidade da situação na central mais de dois anos depois daquele que foi o pior acidente nuclear desde Chernobil.
O porta-voz da TEPCO, Masayuki Ono, explicou em conferência de imprensa que a avaria ocorreu provavelmente num quadro elétrico, mas sublinhou que a empresa ainda terá de analisar a fundo a causa do incidente, dado que até agora os técnicos estiveram concentrados exclusivamente em reparar os sistemas.
O corte de eletricidade afetou nove instalações, incluindo um sistema para eliminar as substâncias radioativas da água utilizada para arrefecer os reatores.
Ono admitiu que foi a primeira vez que um grande número de instalações e dispositivos importantes sofreram um corte de energia simultâneo desde que a central foi considerada em situação de "paragem fria" ou estável, em dezembro de 2011.
Durante o período em que os sistemas de refrigeração estiveram sem funcionar, a temperatura das piscinas de combustível manteve-se sempre em níveis seguros e não foi detetado um aumento da radiação nas imediações da central.
As piscinas, que armazenam centenas de barras de combustível nuclear a altíssimas temperaturas, devem manter-se refrigeradas com sistemas de circulação de água para evitar que o líquido no seu interior se evapore e que as barras possam emitir radiação para a atmosfera.
Mais de dois anos depois do acidente nuclear em Fukushima, cerca de 3.500 funcionários trabalham no local para retirar o combustível danificado e desmantelar os reatores afetados, um processo que os especialistas consideram que poderá demorar quatro décadas.