SKA. Começou a construção do maior telescópio do mundo

por RTP
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A construção do Square Kilometre Array (SKA) foi iniciada esta segunda-feira. Prevê-se que o projeto seja finalizado em 2028, altura em que será o maior radiotelescópio do mundo.

O SKA tem a sua sede no Reino Unido, enquanto as instalações estão divididas pela África do Sul e pela Austrália. O projeto promete abordar as maiores questões da astrofísica: desde a testagem de teorias de Einstein até à procura por extraterrestres.

A arquitetura inicial do telescópio vai incorporar 200 antenas parabólicas e 131 mil antenas dipolo, que marcam uma área de recolha eficaz, com centenas de milhares de metros quadrados capazes de atingir uma sensibilidade e resolução sem precedentes.Até à data foram despendidos 500 milhões de euros de um orçamento de construção final previsto em dois mil milhões de euros.


O sistema vai funcionar numa gama de frequências de cerca de 50 megahertz e, em última análise, de 25 gigahertz, o que permite que o telescópio detete sinais de rádio vindos de fontes cósmicas a mil milhões de anos-luz da Terra, incluindo os sinais emitidos nas primeiras centenas de milhões de anos depois do Big Bang.

O SKA compromete-se ainda a traçar a história completa do hidrogénio, o elemento mais abundante no Universo. Prevê-se que o telescópio seja capaz de detetar a presença de hidrogénio mesmo antes de grandes nuvens do mesmo se desmoronarem para formar as primeiras estrelas.

A chefe das operações científicas do observatório, Shari Breen, garantiu ainda que o projeto vai estudar as “explosões rápidas de rádio” que foram detetadas. “Estas coisas produzem o equivalente a um ano inteiro de energia do nosso Sol em apenas uma fração de segundo. E não temos ideia do que são. Como é que isso é possível? Esperemos que o SKA tenha uma resposta", admite.

De acordo com o diretor-geral da Organização Square Kilometre Array, Phil Diamond,a ideia para o telescópio demorou 30 anos a ser desenvolvida. “Os primeiros 10 anos foram sobre o desenvolvimento dos conceitos e ideias. Os segundos 10 foram passados a fazer o desenvolvimento da tecnologia. A última década focou-se na conceção detalhada, assegurando os locais e conseguindo que os governos concordassem em criar uma organização de tratados e a fornecer os fundos para começar”, relatou Phil Diamond.

Neste momento, são oito os países que lideram o projeto, sendo Portugal um deles, juntamente com a África do Sul, Austrália, Reino Unido, China, Itália, Holanda e Suíça.

Também França, Espanha, Alemanha, Canadá, Índia, Suécia, Coreia do Sul e Japão já mostraram intenção de aderir à organização de tratados que financia o SKA.
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