Sócrates defende resposta conjunta contra aumento de preços
Bruxelas, 19 Jun (Lusa) - O primeiro-ministro José Sócrates defendeu hoje, em Bruxelas, uma resposta conjunta dos 27 para contrariar o aumento dos preços dos combustíveis e produtos alimentares, nomeadamente através da penalização dos especuladores.
Os 27 devem estudar as razões do aumento dos preços mundiais e tomar rapidamente medidas concretas, disse José Sócrates aos líderes europeus, citado por fontes diplomáticas.
Por um lado, trata-se de decidir se há movimentos especulativos e tomar medidas para penalizar essa actividade.
Por outro, o primeiro-ministro defendeu um aumento do investimento em novas tecnologias, nomeadamente o desenvolvimento de carros movidos a electricidade que a pouco e pouco iriam substituir os actuais carros a combustão.
À entrada da reunião, o primeiro-ministro defendeu que é altura de a Europa dizer ao mercado petrolífero que não aceita mais a situação de dependência do petróleo e de apostar em alternativas como os carros eléctricos.
"A Europa precisa de mostrar músculo político e decisão política relativamente ao preço dos combustíveis. É isso que os cidadãos europeus e a economia europeia esperam", afirmou José Sócrates, que sublinhou a necessidade de a Europa "combater tudo o que são sinais de especulação à volta do preço do petróleo" e conseguir uma maior autonomia relativamente ao petróleo.
Sublinhando que entre as respostas a nível de alternativas se deve incluir também uma "no domínio automóvel", o primeiro-ministro defendeu que "é altura de a Europa apostar nos carros eléctricos, garantir um mercado aos carros eléctricos, e garantir aos cidadãos europeus que poderão escolher o carro eléctrico sem qualquer consequência negativa para as suas vidas, sem terem de pagar um preço exagerado".
Os líderes da União Europeia (UE) debateram hoje as medidas apresentadas por Bruxelas para fazer face às subidas de preços dos alimentos e combustíveis, que têm sido alvo de protestos em vários países, incluindo Portugal.
No caso dos combustíveis, o ponto de partida do debate são o facto de os aumentos verificados serem estruturais, não se prevendo que voltem os tempos do petróleo barato.
Os líderes da União Europeia (UE) estão reunidos hoje e sexta-feira em Bruxelas para tentar encontrar saídas para salvar o Tratado de Lisboa, rejeitado em referendo pelos irlandeses, e responder à alta de preços dos combustíveis e alimentação.
As atenções estão voltadas hoje à noite, durante o jantar de trabalho dos Chefes de Estado e de Governo, para as explicações que o primeiro-ministro irlandês vai dar para justificar a vitória do "Não" ao Tratado de Lisboa que já foi ratificado por 19 Estados-membros.
Há também expectativa para saber qual é o projecto de Brian Cowen para sair do impasse e resolver a crise política instalada na UE.
O Tratado de Lisboa, assinado a 13 de Dezembro, no final da Presidência Portuguesa da UE, conheceu um forte revés na passada semana, com a vitória do "não" no referendo irlandês (com 53,4 por cento dos votos, contra 46,6 por cento para o "sim").
O Tratado de Lisboa foi já ratificado, por via parlamentar, por 19 estados-membros, incluindo Portugal, e rejeitado por um, o que impedirá a sua entrada em vigor na data prevista, 01 de Janeiro de 2009.
Sete estados-membros ainda não ratificaram o texto, que tem como objectivo resolver o problema institucional da UE, depois de o projecto de Constituição Europeia ter sido chumbado, em referendos, pela França e Holanda, em 2005.