A militar, de 22 anos, que se tornou um dos símbolos das sevícias na prisão de Abu Ghraib, Bagdad, ao aparecer, em Abril de 2004, numa série de fotografias ilustrativas dos abusos cometidos sobre os prisioneiros iraquianos, muitos dos quais de natureza sexual, vai comparecer perante o tribunal a 03 de Maio, na base militar de Fort Hood (Texas).

England, acusada de maus tratos a prisioneiros, desrespeito do dever e actos indecentes, incorre numa pena até 16 anos e meio de prisão.

A soldado será a segunda militar a ser julgada por um tribunal marcial nos Estados Unidos no quadro do escândalo de Abu Ghraib.

Em Janeiro passado, o soldado norte-americano Charles Graner, apontado como o cabecilha das sevícias, foi condenado em Fort Hood a 10 anos de prisão, embora durante o julgamento tenha alegado que se limitou a cumprir ordens dos serviços secretos.

Em Outubro passado, Lynndie England deu à luz um filho cujo pai será Graner.

Também quinta-feira, a União das Liberdades Civis dos Estados Unidos divulgou um documento de 800 páginas com transcrições de gravações realizadas no âmbito das investigações ao caso, entre as quais se contam declarações da general Janis Karpinski, antiga responsável da prisão de Abu Ghraib, que revelou que entre os detidos se encontravam crianças.

Nas declarações prestadas aos investigadores, Karpinski revelou que ela própria falou com um rapaz que lhe disse que tinha 12 anos, e que, a chorar, pedia para o levarem para junto da mãe.