Sonda europeia já enviou os primeiros sinais

A sonda europeia Vénus Express começou a enviar para Terra os primeiros sinais, duas horas após o seu lançamento do
cosmódromo de Baikonur, no Cazaquistão, para contentamento dos cientistas envolvidos na missão.

Lusa /
O lançamento foi efectuado através de um foguetão russo Soyuz EPA

"O bebé chorou`, Vénus Express vai começar a sua missão operacional", declarou Jean-Pierre Cau, coordenador do programa científico da EADS Astrium, a empresa responsável pela construção da sonda, após a recepção dos primeiros sinais da nave.

Esta separara-se pouco antes, como previsto, do foguetão lançador, seguindo em direcção à "estrela dalva", que deverá orbitar durante cerca de 500 dias a partir de 11 de Abril de 2006, daqui a pouco mais de cinco meses.

Esta primeira missão europeia a Vénus, que é também a primeira da última década em todo o mundo dirigida àquele planeta, tem por objectivo o estudo da sua atmosfera e superfície, e em especial o intenso "efeito de estufa" nele existente.

Com um custo ligeiramente superior a 220 milhões de euros, a Vénus Express foi desenvolvida num tempo recorde de apenas quatro anos, a partir de instrumentos reciclados de anteriores missões da Agência Espacial Europeia (ESA).

Os cientistas da ESA esperam que as observações de Vénus completem as que estão actualmente a ser feitas sobre Marte pela sonda Mars Express.

Vénus, o segundo planeta mais próximo do Sol, tem características semelhantes às da Terra, no que se refere a massa, composição e idade.

No entanto, a sua atmosfera tem condições muito diferentes, com temperaturas de quase 500 graus Celsius.

Além disso, Vénus gira sobre si próprio no sentido inverso ao dos outros planetas do sistema solar e muito lentamente. Um dia venusiano dura 243 dias terrestres, mais do que um ano, de apenas 224,7 dias terrestres.

Várias sondas norte-americanas e soviéticas já foram enviadas para Vénus desde 1961, nomeadamente a Mariner 2 (EUA, 1962), que foi a primeira a sobrevoá-lo, e Venera 7 (URSS, 1970), que nele pousou.

A sonda evoluirá numa órbita muito elíptica de 250 quilómetros de perigeu e 66.000 quilómetros de apogeu, que levará 24 horas a completar.
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