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Sonda lunar sul coreana mostra a Lua a preto e branco
Espaço. Uma fronteira cada vez mais acessível. E a prova disso são as imagens monocromáticas da Terra e da Lua que chegam através da sonda espacial lunar sul-coreana Korean Pathfinder Lunar Orbiter (KPLO). São novos registos fotográficos de alta resolução.
São cada vez mais os países que conseguem entrar na ainda escassa lista dos exploradores espaciais. Parcerias, avanços tecnológicos, partilha e redução de custos são fatores que determinam atualmente as regras de acesso ao espaço e a Coreia do Sul faz parte deste leque com uma missão lunar em parceria com a NASA, no programa Artemis.
A sonda Danuri colocou-se entre a Terra e Lua e tirou, em setembro, uma foto por dia, o que permitiu a construção deste mosaico fotográfico. Créditos: Kari/DR
De nome “Danuri” a primeira sonda lunar da Coreia do Sul, em órbita da Lua desde dezembro de 2022, foi enviada até ao satélite natural da Terra para cartografar fotograficamente locais para a alungem humana em meados de 2026, mas não só.
A Lua ainda esconde muitos segredos. E a comunidade científica continua sedenta de provas da existência de água em determinados locais neste astro.
Um líquido precioso que daria vantagens quer na exploração lunar, suporte de vida e fonte de combustível para viagens espaciais.
Créditos: KARI/DR
Razões mais do que válidas para o envio desta sonda, que transporta vários instrumentos científicos, entre os quais o ShadowCam financiado pela NASA e desenvolvido pela Arizona State University, que consiste numa câmara fotográfica polarizada de elevadíssima resolução.
O principal objetivo da ShadowCam é obter imagens das regiões que estão permanentemente à sombra, perto dos pólos lunares, e ajudar os investigadores a procurar gelo, criar mapas do terreno e observar mudanças sazonais.
A ShadowCam é várias centenas de vezes mais sensível do que as câmaras do Lunar Reconnaissance Orbiter da NASA, o que permite capturar imagens detalhadas em condições de pouca luz.
A sonda chegou recentemente à Lua, mas já usou o ShadowCam para espiar no interior da cratera Shackleton, uma das regiões permanentemente sombreadas na superfície lunar.
A primeira imagem da ShadowCam mostra a parede permanentemente sombreada e o chão da cratera Shackleton com detalhes nunca antes vistos. Créditos: NASA/KARI/Universidade Estadual do Arizona
As imagens anteriores tiradas desta cratera pelo Lunar Reconnaissance Orbiter foram capazes de identificar a borda iluminada, mas a ShadowCam pode ver o interior, incluindo o chão da cratera, com rastos deixados pelas rochas que ali caíram.
O desenvolvimento destes equipamentos coube às universidades e institutos de investigação na Coreia do Sul, para explorar futuros locais de pouso, analisar partículas da superfície, medir o campo magnético lunar, bem como o transporte de um espectrómetro de raios gama para identificar elementos na superfície lunar.
Depois dos Estados Unidos, Rússia, Japão, China, União Europeia e Índia enviarem missões à Lua, também a Coreia do Sul quer deixar a sua marca na exploração espacial e desenvolver missões próprias.
Créditos: Kari/DR
Prova disso é a afirmação do instituto KARI, expressando que “A Coreia está a planear pousar com sucesso na superfície da Lua e até mesmo em asteróides e realizar um regresso seguro”.