Soweto. Mulheres sul-africanas aprendem a nadar na Piscina Municipal

O Soweto é conhecido como o símbolo do apartheid na África do Sul. Hoje uma das maiores áreas urbanas de Joanesburgo.
O fim do regime de minoria branca, em 1994, não resolveu todos os problemas mas no Município do Soweto há um novo fôlego para muitos dos residentes mais velhos sobretudo as mulheres.

Catarina Miranda - RTP /
É inevitável que a história de uma piscina no Soweto nos transporte para uma história maior e mais dura, a dos Direitos Civis.

"A 18 de junho de 1964, um grupo de ativistas negros e brancos entraram o hotel Monson Motor Lodge, na Flórida, e saltaram para a piscina. Um ato simples e motivado pelo anseio do direito à diversão, ao lazer e à cidadania. Para o gerente do hotel, James Brock, aquela cena num espaço exclusivo para brancos tinha de ser interrompida. Agarrou numa garrafa de ácido clorídrico, usado para limpar azulejos, e despejou-a na água para forçar os ativistas a saírem da piscina. O episódio sucedeu dias depois de Martin Luther King ter sido preso por tentar almoçar numa área segregada no restaurante do mesmo hotel. Os ativistas foram presos mas o impacto do protesto foi tão grande que, no dia seguinte, o Senado norte-americano aprovou a Lei dos Direitos Civis", a história volta também a ser lembrada a propósito de uma exposição no Brasil "Negros na Piscina".

A legislação tornou-se um marco nos direitos civis e trabalhistas nos Estados Unidos. Acabou com a "segregação racial em locais públicos e privados". Proibiu a discriminação com base na cor, religião, sexo, nacionalidade e, mais tarde, orientação sexual e identidade de género.

Os espaços físicos, imaginários e simbólicos permanecem, muitas vezes, com acesso condicionado e desigual mas a Lei existe.
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