SpaceX envia 60 satélites para o Espaço

A companhia norte-americana SpaceX juntou à sua rede Starlink mais 60 satélites. Este envio aumenta para 182 o número de satélites que a empresa tem no Espaço, com o objetivo de melhorar os sistemas de internet.

RTP /
Official SpaceX Photos

O envio dos 60 satélites para o Espaço torna a SpaceX na empresa com maior número de satélites comerciais em órbita.

Em segundo lugar fica a empresa de captura de imagens, Planet Labs, também norte-americana, com cerca de 140 satélites ativos em órbita.

Em setembro, a empresa de sistemas aeroespaciais afirmou que pretendia realizar dois lançamentos mensais, a partir de 2020.

A SpaceX iniciou, em maio de 2019, o envio dos seus primeiros satélites, contudo parte deles avariaram.

A empresa fundada por Elon Musk tem autorização das entidades reguladoras para enviar cerca de 12.000 satélites mas, dependendo do desenvolvimento do projeto, admite chegar aos 40.000 satélites.

A SpaceX afirmou que o seu serviço de internet estaria operacional em 2020 no Canadá e no norte dos EUA e que o resto do mundo seria coberto progressivamente, à medida que os lançamentos fossem sendo feitos.

Os satélites, pertencentes ao projeto Starlink, têm cerca de 260 quilogramas e são equipados com um painel solar. São enviados para o Espaço pelos foguetões Falcon 9, projetados e construídos pela SpaceX, e atingem uma altitude de 290 quilómetros, levando entre um a quatro meses a atingir a sua órbita operacional de 550 quilómetros.

A altitude de 550 quilómetros deverá permitir um tempo de resposta mais rápido do que os satélites de telecomunicações tradicionais, que voam em órbita geoestacionária a 36 mil quilómetros.

A empresa acredita que esta distância será crucial para os jogos de vídeo ou conversações através de vídeo.
A preocupação dos especialistas
O lançamento dos satélites acontece depois do alerta feito pelos cientistas em relação à possibilidade destes equipamentos serem prejudiciais para as imagens dos telescópios óticos e interferirem com as observações astronómicos.

Os cientistas alertaram também para o facto de os satélites poderem comprometer a rádio astronomia mesmo que usem sinais de rádio diferentes.

A SpaceX garantiu estar a trabalhar em parceria com os astrónomos para minimizar o impacto dos satélites Starlink.

A American Astronomical Society convocou uma sessão especial para a próxima quarta-feira, onde pretende discutir o assunto.

A organização considera que, embora “as comunicações habilitadas pelos satélites sejam benéficas em muitos aspetos, as constelações de satélites representam uma ameaça significativa e debilitante para importantes infraestruturas astronómicas existentes e futuras”.

Em comunicado, a American Astronomical Society apresentou “três preocupações científicas diferentes” que podem resultar do lançamento destes satélites.

A primeira prende-se com o facto de as superfícies dos satélites serem, geralmente, feitas de metal “altamente refletivo, e os reflexos do Sol podem prejudicar as capacidades sensíveis dos telescópios”.

Em segundo lugar, a organização aponta para a possibilidade das observações astronómicas “em comprimentos de onda de rádio” poderem ser “ameaçadas”.

Por último, a organização acredita que “o número crescente de satélites cria um problema potencialmente crítico, cujo impacto deve ser melhor compreendido antes do lançamento dos satélites”.

A sessão especial convocada para a próxima quarta-feira irá contar com “um painel de especialistas e discussões nestas áreas, bem como atualizações sobre estes casos e outras áreas como a poluição luminosa, a interferência de rádio e os detritos espaciais”.
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