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Starmer reúne-se com Biden. Uso de mísseis pela Ucrânia em cima da mesa

por Joana Raposo Santos - RTP
Foto: Stefan Rousseau - Pool via Reuters

O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, tem encontro marcado esta sexta-feira com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em Washington. Em cima da mesa deverão estar os próximos passos a tomar para apoiar a Ucrânia, incluindo a possibilidade de autorizar Kiev a utilizar mísseis de longo alcance em território russo.

A Ucrânia tem vindo a pedir aos seus aliados que levantem as restrições para poder atacar alvos militares considerados "legítimos" em território russo, entre os quais as bases aéreas de onde descolam os aviões que bombardeiam o território ucraniano.

Vladimir Putin já alertou, porém, que permitir que a Ucrânia ataque o território russo com mísseis de longo alcance significaria que "os países da NATO estão em guerra com a Rússia" e que "isso iria alterar a própria natureza do conflito".

Já no avião a caminho de Washington, Keir Starmer reagiu às declarações de Putin, frisando que foi a Rússia que iniciou o conflito ao invadir ilegalmente a Ucrânia. “A Rússia pode acabar com este conflito imediatamente”, vincou.

Esta semana, o presidente dos EUA disse estar a "trabalhar" para autorizar a Ucrânia a utilizar mísseis de longo alcance contra a Rússia. Segundo a imprensa britânica, Joe Biden está disposto a permitir que Kiev utilize mísseis britânicos e franceses com tecnologia americana, mas não os próprios mísseis norte-americanos.
Atualmente, Washington permite que Kiev ataque apenas alvos russos nas zonas ocupadas da Ucrânia e alguns nas regiões fronteiriças russas diretamente ligadas às operações de combate de Moscovo.
Biden tem apoiado firmemente a Ucrânia desde o início da invasão russa em fevereiro de 2022, fornecendo milhares de milhões de dólares em ajuda. No entanto, tem-se mostrado relutante em acelerar o fornecimento de armas, com a Ucrânia a ter de esperar até este ano para receber os aguardados caças F-16.
A visita de Starmer a Washington esta sexta-feira é a segunda desde que tomou posse em julho. O encontro com Joe Biden na Sala Oval está marcado para as 16h30 locais (21h30 em Lisboa). "Trata-se de reuniões estratégicas para discutir a Ucrânia e o Médio Oriente", afirmou o líder britânico na quinta-feira.
Tensão crescente
A reunião acontece depois de, esta semana, os chefes da diplomacia americana e britânica, Antony Blinken e David Lammy, terem realizado uma rara visita conjunta a Kiev.

"Vamos adaptar-nos conforme necessário, especialmente no que diz respeito aos meios de que a Ucrânia dispõe para se defender eficazmente contra a agressão russa", afirmou então o secretário de Estado norte-americano.

Perante este cenário de tensões crescentes, o Serviço Federal de Segurança da Rússia anunciou na sexta-feira que retirou a acreditação a seis diplomatas da embaixada britânica em Moscovo por suspeita de espionagem.

A reunião desta sexta-feira acontece também em altura de campanha presidencial nos Estados Unidos. No debate desta semana entre a candidata democrata Kamala Harris e o seu rival republicano Donald Trump, este prometeu que, se fosse eleito, iria concretizar um acordo para acabar com a guerra, mas em nenhum momento disse esperar que fosse a Ucrânia a vencer.

Já Harris prometeu continuar a apoiar fortemente a Ucrânia, seguindo a estratégia da Administração Biden.

c/ agências
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