Startup chinesa envia robô mineiro para o espaço em novembro

por Nuno Patrício - RTP
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Olhar para cima e não para baixo parece ser a vontade de uma empresa privada chinesa, que pretende ir buscar e explorar no espaço os recursos minerais existentes sobre as nossas cabeças.

A Origin Space, com sede em Pequim, diz estar em condições de lançar já no próximo mês de novembro o primeiro "robô de mineração espacial"(NEO-1), que seguirá para o Espaço num foguete da série Longa Marcha como carga útil secundária.

A ideia de explorar os recursos espaciais não é nova e existe na comunidade científica quem peça que o sistema solar, para já, seja protegido de tais práticas. Mas isso não impediu as superpotências globais, particularmente os Estados Unidos e a China, de investir e explorar essa opção e maneiras de a  concretizar.

De acordo com um cofundador do Origin Space, Yu Tianhong, esta pequena primeira sonda não irá realizar uma mineração real, mas vai testar tecnologias que no futuro poderão ser postas em prática. “O objetivo é verificar e demonstrar funções múltiplas, como as manobras orbitais da sonda-robô ou a captura simulada de pequenos corpos celestes”.

De nome NEO-1, este pedaço de tecnologia espacial chinesa pesa cerca de 30 quilogramas e foi projetado para entrar numa órbita sincronizada com o sol a 500 quilómetros de altitude.
A Origin Space ainda não divulgou imagens do seu NEO1 mas não será muito longe da realidade que muitos ilustradores cientificos já projetam nos seus desenhos.

A Origin Space, fundada em 2017, descreve-se como a primeira empresa da China focada na utilização de recursos espaciais.

O setor espacial privado da China surgiu após o Governo ter decidido, em 2014, abrir a indústria a esta área.

Como a exploração de minérios no Espaço é considerada uma indústria potencialmente cara, não é surpresa que uma empresa focada nesta área se tenha unido a outras empresas que desenvolvem foguetes e pequenos satélites.“Pequeno Hubble”
A Origin Space não vai lançar à toa estes robôs-mineiros. Dentro deste projecto de mineração espacial, que certamente dará óptimos lucros caso exista sucesso, a empresa privada chinesa está já a trabalhar noutra missão, de nome Yuanwang-1 ('Look up-1'), e apelidada de 'Pequeno Hubble', programada para ser lançada em 2021.

O satélite Little Hubble carregará um telescópio óptico projetado para observar e monitorar asteróides próximos da Terra.

Algo que a Origin Space tem em vista e que pretende catalogar e identificar, enquanto eventuais destinos adequados para posterior utilização dos recursos espaciais.
O acordo para o desenvolvimento do satélite foi fechado com a DFH Satellite Co., Ltd., uma subsidiária da CASC, a principal empreiteira espacial estatal da China, no início deste ano.

Além disso, a Origin Space também quer apostar na Lua, com o NEO-2, com uma data de lançamento prevista para o final de 2021 ou início de 2022.Corrida espacial à mineração
A China não é o único país decidido a aproveitar as vantagens dos recursos no Espaço. O presidente norte-americano, Donald Trump, assinou recentemente uma ordem executiva que incentiva a mineração de recursos na Lua e asteróides.
A NASA está agora a preparar projectos para explorar as possibilidades de mineração de asteróides, bem como locais na Lua.

Na semana passada, a agência norte-americana anunciou estar à procura de empresas comerciais que queiram recolher recursos espaciais, incluindo ‘lixo lunar’, para lho vender.
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