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Subida de tensões com Taiwan. China reforça orçamento da Defesa em 7,2% este ano
A China vai aumentar este ano o orçamento da Defesa em 7,2 por cento, para mais de 213 mil milhões de euros. A decisão, anunciada esta terça-feira na sessão anual do órgão máximo legislativo do país, surge num período de tensões no mar do Sul da China e no estreito de Taiwan.
O orçamento militar da China mais do que duplicou durante o mandato do presidente Xi Jinping, no poder há mais de uma década. No entanto, também desta vez o aumento fica acima da previsão de crescimento económico do Governo para este ano.
O anúncio da subida chega no mesmo dia em que Pequim decidiu adotar oficialmente uma linguagem mais firme em relação a Taiwan, deixando cair o termo "reunificação pacífica" de um relatório do executivo apresentado pelo primeiro-ministro Li Qiang na abertura do Congresso Nacional do Povo.
O chefe de Governo afirmou, nesse relatório, que a China "vai opor-se resolutamente" a qualquer "atividade secessionista que vise a 'independência de Taiwan'", bem como à "interferência de forças externas" na ilha, que é autónoma desde 1949 e cuja soberania é reivindicada por Pequim.
"Vamos promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito, mas iremos defender a grande causa firme e imutável da reunificação da nossa pátria. Aprofundaremos o desenvolvimento integrado das duas partes e aumentaremos o bem-estar dos nossos compatriotas de Taiwan", afirmou Li Qiang.
Pequim considerou ainda que o Partido Democrático Progressista do Taiwan, no poder há oito anos, está a deitar achas para "a fogueira acesa pelos separatistas" ao aumentar igualmente o orçamento de Defesa da ilha e ao assinar acordos para receber armas dos Estados Unidos.
“Preparada para ganhar uma guerra”
As tensões entre China e Taiwan escalaram ao longo dos últimos anos. Pequim não desiste de reivindicar como sua a ilha independente e democraticamente governada.
Também as tensões com as Filipinas têm aumentado, depois de estas terem reforçado a aliança militar com Washington, originando confrontos entre navios de ambos os países nos últimos meses e suscitando preocupações sobre potenciais combates armados na região.
"A China está a mostrar que, na próxima década, quer aumentar as suas Forças Armadas ao ponto de estar preparada para ganhar uma guerra se não tiver outra escolha senão lutar", considerou Li Mingjiang, da Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam, auscultado pela agência Reuters.
Desde que Xi Jinping se tornou presidente, há mais de uma década, o orçamento da defesa aumentou para 1,67 biliões de yuans (212,5 mil milhões de euros) este ano, quando em 2013 era de 720 mil milhões de yuans.
A subida das despesas militares ultrapassou sistematicamente o objetivo de crescimento económico interno anual do país durante o seu mandato. Este ano, o objetivo de crescimento é de cerca de cinco por cento, à semelhança do ano passado.
Compra de novo equipamento será a maior despesa militar
Segundo os dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, o orçamento deste ano marca o 30.º ano consecutivo de aumento das despesas chinesas com a defesa.
A compra de novo equipamento deverá ocupar a maior fatia do orçamento, à medida que as Forças Armadas se esforçam por cumprir o objetivo de modernização total até 2035.
Este orçamento tem sido observado de perto pelos vizinhos da China e pelos Estados Unidos, que revelam desconfiança acerca das intenções estratégicas de Pequim e do desenvolvimento das suas Forças Armadas.
c/ agências
O anúncio da subida chega no mesmo dia em que Pequim decidiu adotar oficialmente uma linguagem mais firme em relação a Taiwan, deixando cair o termo "reunificação pacífica" de um relatório do executivo apresentado pelo primeiro-ministro Li Qiang na abertura do Congresso Nacional do Povo.
O chefe de Governo afirmou, nesse relatório, que a China "vai opor-se resolutamente" a qualquer "atividade secessionista que vise a 'independência de Taiwan'", bem como à "interferência de forças externas" na ilha, que é autónoma desde 1949 e cuja soberania é reivindicada por Pequim.
"Vamos promover o desenvolvimento pacífico das relações entre os dois lados do estreito, mas iremos defender a grande causa firme e imutável da reunificação da nossa pátria. Aprofundaremos o desenvolvimento integrado das duas partes e aumentaremos o bem-estar dos nossos compatriotas de Taiwan", afirmou Li Qiang.
Pequim considerou ainda que o Partido Democrático Progressista do Taiwan, no poder há oito anos, está a deitar achas para "a fogueira acesa pelos separatistas" ao aumentar igualmente o orçamento de Defesa da ilha e ao assinar acordos para receber armas dos Estados Unidos.
“Preparada para ganhar uma guerra”
As tensões entre China e Taiwan escalaram ao longo dos últimos anos. Pequim não desiste de reivindicar como sua a ilha independente e democraticamente governada.
Também as tensões com as Filipinas têm aumentado, depois de estas terem reforçado a aliança militar com Washington, originando confrontos entre navios de ambos os países nos últimos meses e suscitando preocupações sobre potenciais combates armados na região.
"A China está a mostrar que, na próxima década, quer aumentar as suas Forças Armadas ao ponto de estar preparada para ganhar uma guerra se não tiver outra escolha senão lutar", considerou Li Mingjiang, da Escola de Estudos Internacionais Rajaratnam, auscultado pela agência Reuters.
Desde que Xi Jinping se tornou presidente, há mais de uma década, o orçamento da defesa aumentou para 1,67 biliões de yuans (212,5 mil milhões de euros) este ano, quando em 2013 era de 720 mil milhões de yuans.
A subida das despesas militares ultrapassou sistematicamente o objetivo de crescimento económico interno anual do país durante o seu mandato. Este ano, o objetivo de crescimento é de cerca de cinco por cento, à semelhança do ano passado.
Compra de novo equipamento será a maior despesa militar
Segundo os dados do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), sediado em Londres, o orçamento deste ano marca o 30.º ano consecutivo de aumento das despesas chinesas com a defesa.
A compra de novo equipamento deverá ocupar a maior fatia do orçamento, à medida que as Forças Armadas se esforçam por cumprir o objetivo de modernização total até 2035.
Este orçamento tem sido observado de perto pelos vizinhos da China e pelos Estados Unidos, que revelam desconfiança acerca das intenções estratégicas de Pequim e do desenvolvimento das suas Forças Armadas.
O porta-voz do governo japonês, Yoshimasa Hayashi, apelou esta terça-feira a uma maior abertura por parte da China, alertando para as graves preocupações internacionais.
Para este líder, os sucessivos aumentos das despesas militares de Pequim constituem "o maior desafio estratégico de sempre para garantir a paz e a estabilidade do Japão e da comunidade internacional e reforçar a ordem internacional".
c/ agências