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Confrontos Sudão. Evacuação de embaixadas dos EUA, França e Turquia

por Inês Moreira Santos - RTP
EPA

Os Estados Unidos encerraram a embaixada no Sudão e já retiraram todo o pessoal civil e militar. A informação foi confirmada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, num comunicado emitido no sábado. Os funcionários foram levados de avião para um local não identificado, na Etiópia. Este domingo, também as embaixadas de França e da Turquia no país anunciaram que iam dar início à retirada dos seus funcionários.

"Tenho orgulho no extraordinário compromisso da nossa equipa da embaixada, que desempenhou as suas funções com coragem e profissionalismo e personificou a amizade e a ligação dos Estados Unidos com o povo do Sudão", referiu Biden na nota. "Estou grato pela capacidade incomparável dos nossos militares que os trouxeram com sucesso para um local seguro".

Washington encerrou a representação diplomática por tempo indeterminado e encaminhou os funcionários de avião para um local não identificado, na Etiópia, revelaram à agência de notícias Associated Press (AP) dois responsáveis que conhecem a operação.

O presidente norte-americano deixou ainda um agradecimento ao Djibuti, à Etiópia e à Arábia Saudita, que foram "fundamentais para o sucesso" da operação. Os planos de retirada começaram na segunda-feira, depois de veículos da embaixada dos Estados Unidos, que estavam em deslocação, terem sido atacados em Cartum.

Já na quinta-feira, o Pentágono revelou o envio de "capacidades adicionais" para a região, para potencialmente ajudar a facilitar uma retirada do pessoal da embaixada do Sudão, se necessário.
França e Turquia iniciam retirada de cidadãos e pessoal diplomático
Este domingo, a França anunciou ter iniciado a operação de "retirada rápida" dos cidadãos e pessoal diplomático no Sudão. Também a embaixada da Turquia naquele país africano sinalizou que a retirada dos seus cidadãos terá início nas próximas horas.

O anúncio da "operação de retirada rápida" de cidadãos franceses e pessoal diplomático foi feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, acrescentando que cidadãos europeus e nacionais de "países parceiros aliados" também são apoiados.

Já a embaixada da Turquia no Sudão disse que o processo de retirada dos cidadãos também arranca este domingo, tendo em conta a situação caótica que se vive atualmente na capital, Cartum, e ao retomar dos confrontos.

"Na sequência das avaliações de segurança realizadas à luz dos conflitos em curso no Sudão, foi decidido retirar os nossos cidadãos, especialmente aqueles que se encontram nas zonas de conflito", refere um comunicado da embaixada, especificando que as pessoas em causa serão levadas para um país terceiro, antes de chegarem à Turquia.

Os cidadãos terão dois pontos de encontro, num hotel e numa mesquita, a partir das 06h00 locais e têm instruções para usar calçado e roupa confortável, pois espera-os uma viagem que durará entre 22 a 24 horas, e levarem apenas o passaporte e uma bagagem de mão de no máximo oito quilos onde devem levar água e comida.

Recorde-se que o aeroporto de Cartum continua a não funcionar e as rotas terrestres da capital para fora do país são longas e perigosas, mesmo sem as hostilidades atuais, o que coloca dificuldades e riscos de segurança adicionais. Segundo a mais recente contagem da Organização Mundial da Saúde (OMS), pelo menos 413 civis morreram e 3.551 ficaram feridos desde o início do conflito no Sudão.

Os confrontos começaram há uma semana entre as forças armadas, comandadas pelo líder de facto do país desde o golpe de Estado de outubro de 2021, o general Abdel Fattah al-Burhan, e os paramilitares do das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês), chefiados pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como "Hemedti".

C/Lusa
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