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Suécia. Plano de partido de extrema-direita para queimar Corão origina novos confrontos

por RTP
O partido extremista Stram Kurs foi fundado por Rasmus Paludan em 2017 e possui uma agenda essencialmente anti-imigração e anti-Islão. Reuters

Na Suécia, a cidade de Malmo foi pela terceira noite consecutiva palco de confrontos entre manifestantes, contramanifestantes e polícia, depois de o partido de extrema-direita anti-islâmico Stram Kurs ter anunciado a intenção de queimar um Corão (livro sagrado do Islão).

“Houve incêndios em vários locais de Malmo durante a noite” de sábado para domingo, avançou a polícia em comunicado, adiantando que foram incendiados caixotes do lixo, um autocarro e um automóvel.

Segundo as autoridades, foram registadas várias denúncias de vandalismo. Mais de uma centena de pessoas, maioritariamente jovens, terão atirado pedras e iniciado os incêndios.

Os primeiros confrontos entre manifestantes e contramanifestantes aconteceram na quinta-feira, na cidade de Orebro, quando o partido Stram Kurs anunciou a intenção de lá queimar um Corão. Nesse dia, 12 polícias ficaram feridos e quatro veículos policiais foram incendiados. O partido extremista Stram Kurs, também conhecido por Hard Line, foi fundado por Paludan em 2017 e possui uma agenda essencialmente anti-imigração e anti-Islão.

No sábado, os novos incidentes eclodiram após uma manifestação desse partido anti-imigração e anti-islamismo, liderado pelo dinamarquês-sueco Rasmus Paludan, que está atualmente a realizar uma tour pela Suécia.

A manifestação de Paludan começou no distrito de Landskrona, mas foi movida pelas autoridades para a cidade vizinha de Malmo, uma das maiores da Suécia, por ter áreas maiores onde os participantes pudessem causar menos agitação. Foi lá que os maiores confrontos tiveram lugar.

“A situação só acalmou por volta das 3h00. Houve alguns incêndios, mas a violência diminuiu”, declarou uma porta-voz da polícia local à rádio pública sueca SR, acrescentando que durante a última noite nenhum membro das forças de segurança ficou ferido.
Partido de extrema-direita Stram Kurs foi fundado em 2017
A porta-voz da polícia, Kim Hild, tinha explicado no sábado que as autoridades não recusaram o pedido para a realização da manifestação do partido Stram Kurs por razões de liberdade de expressão, que na Suécia tem um “grande peso”.

“O direito de os manifestantes levarem a cabo demonstrações e falarem publicamente tem um grande peso e seria necessário um caso extremo para que tal possa ser ignorado”, justificou.

Os confrontos que têm vindo a ser registados desde quinta-feira passaram pelas cidades de Linkoping e Norrkoping, mas também pela capital, Estocolmo – todas elas cidades onde o partido Stram Kurs, fundado há apenas cinco anos, tinha demonstrações planeadas.

No sábado, o líder de extrema-direita Rasmus Paludan falou num parque na cidade de Malmo para algumas dezenas de pessoas. Um pequeno número de contramanifestantes rapidamente começou a arremessar pedras contra os apoiantes do Stram Kurs e a polícia viu-se obrigada a usar gás lacrimogéneo.

Segundo órgãos suecos de comunicação, o próprio Paludan terá ficado ferido numa perna.
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