Suíços decidem sobre adesão a acordos Schengen e Dublin

Os eleitores suíços decidem domingo, em referendo, se a Suíça deve ou não assinar os acordos de Schengen e Dublin sobre a cooperação nas áreas de asilo e segurança, com as sondagens a darem a vitória ao +sim+.

Agência LUSA /

Forçado pela oposição da extrema-direita do Partido Popular Suíço - que reuniu as 50 mil assinaturas necessárias para forçar a consulta popular -, o referendo está a dividir as opiniões no país.

Aliás, as opiniões dos suíços parecem ter sido exacerbadas na sequência do +não+ francês à Constituição europeia. Para uns, foi o sinal de que não vale a pena aprovar os acordos, para outros a necessidade de reafirmar a importância dos documentos.

As últimas sondagens dão vantagem ao +sim+, apesar do apoio ter vindo a reduzir-se nas semanas da campanha, conduzida com bastante intensidade pelos contestatários.

Posters das forças políticas que querem a rejeição dos acordos mostram um cartoon de uma mulher assustada a levantar as mãos, ao lado de um gigante "Schengen Não".

O Governo, por seu lado, envolveu-se igualmente em peso na campanha pelo +sim+, com os ministros a multiplicarem-se em acções de por todo o país, especialmente na zona alemã onde o +não+ parece merecer mais apoio.

Para os apoiantes dos acordos, os textos são essenciais para melhorar a segurança nacional, ajudar a resolver problemas no que toca ao asilo político e trazer benefícios económicos para a confederação alpina.

Segundo Berna, os acordos bilaterais existentes não são suficientes para combater o crescente crime organizado, que pode ser mais facilmente visado com a cooperação abrangida pelo Schengen.

Os opositores argumentam que os acordos representam a entrada +virtual+ da Suíça na UE, de que não faz parte, e um atentado à soberania do país.

"Segurança perdida, empregos perdidos? No ao Schengen!", lê-se num dos cartazes.

Os defensores do +não+ ganharam força com a rejeição da Constituição europeia em França. Afirmam que este voto confirma que a estratégia suíça de se ficar pelos acordos bilaterais é a mais positiva, questionando que tipo de Europa sobreviverá ao resultado do referendo em França.

Os acordos foram assinados em Maio do ano passado, depois de dois anos de negociações entre Berna e Bruxelas, tendo na altura o próprio Governo suíço admitido que a ratificação poderia ser um processo demorado e obrigar a uma consulta popular.

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