Sul do México abalado por novo sismo

por RTP
O abalo deu-se pouco antes das 13h00 no México, em plena atividade diária Claudia Daut - Reuters

Um abalo de magnitude 7.1 na escala de Richter atingiu esta terça-feira o sul do México, a oito quilómetros de Atencigo, no Estado de Puebla, e a 51 quilómetros de profundidade anunciou o USGS, o departamento norte-americano de geofísica.

O sismo, inicialmente classificado de 7.4, terá sido sentido até à Cidade do México, onde milhares de pessoas saíram às ruas em pânico, segundo a agência Reuters. Um internauta afirmou que sentiu tremer a sua casa em Acapulco.

Um vídeo mostrou um edifício vermelho agitado pelas ondas sísmicas, enquanto na rua várias pessoas corriam desorientadas entre os carros.


O abalo deu-se pouco antes das 13h00 no México, em plena atividade diária. Tanto o aeroporto como a bolsa na Cidade do México suspenderam as operações logo após o sismo. Houve cenas de pânico entre alunos e as escolas da Cidade do México e de Puebla estão encerradas.

"Estou transtornada, não consigo deixar de chorar, é o mesmo pesadelo de 1985", disse Georgina Sanchez, de 52 anos e em prantos numa praça da Cidade do México, à France Presse.

Parte dos edifícios caiu em cima de automóveis."Foi bastante forte. Os edifício começaram a mexer. As pessoas estavam muito nervosas. Vi uma mulher que desmaiou. As pessoas estavam a correr", testemunhou um pouco mais longe Alfredo Aguilar, de 43 anos.

O jornalista da AFP viu um edifício desmoronado no bairro central da Roma. Em Roma Norte, os socorristas gritavam às pessoas "não fumem! Há fugas de gás!"

Entre uma multidão na rua, Rosaura Suarez contou o que fez ao sentir o sismo: "saímos muito depressa, deixamos tudo como estava e só saímos", disse à agência Reuters.

Há ainda relatos, não confirmados oficialmente, de incêndios e de pessoas presas nos escombros.

O Presidente mexicano, Henrique Pena Nieto, que estava a caminho do estado de Oaxaca para avaliar os estragos do sismo de há duas semanas, anunciou na rede Twitter que regressava à capital. Foi convocada ainda uma reunião do Comité Nacional de Emergências para coordenar as ações de socorro.

Nas ruas os mexicanos transformaram-se em repórteres, publicando na internet vídeos dos estragos provocados pelo abalo.
Um edifício em obras perdeu parte do revestimento.
Alguns vídeos publicados na rede social Twitter por habitantes da Cidade do México mostram nuvens de poeira entre os edifícios, alegadamente causadas por derrocadas.
Um outro vídeo, de pessoas a deambular entre uma enorme nuvem de poeira, foi publicado na mesma rede, referindo a derrocada de um edifício na Cidade do México.
Uma outra publicação no Twitter mostra o alegado resultado do abalo num rio no México, sem precisar a localização.
Um homem, Gustavo Serrano, publicou o vídeo do susto vivido num 38º andar de um edifício em plena 'Reforma'.


Nos primeiros minutos após o abalo, Luis Felipe Puente, coordenador nacional da Proteção Civil da Secretaria do Governo, escreveu no Twitter que "até ao momento não se registaram danos. Estão ativos os protocolos de atenção e resposta".

Puente apela ainda à população para que ceda a passagem aos veículos de emergência e a não regressar a casa até que a segurança dos edifícios seja garantida. Insta ainda as pessoas a não acreditarem em rumores e a informarem-se junto dos organismos oficiais.

Em Puebla, o alcaide confirmou duas mortes, de uma mulher e da filha. O governador de Puebla, Tony Gali, usou igualmente o Twitter para fazer um primeiro relatório dos danos.

"Recebemos relatos de edifícios com danos. Pedimos à população que siga as medidas de segurança em @PC_Estatal. Continuamos a acompanhar em #sismo", escreveu Gali.

O número 911 foi recomendado como número de emergência.O país fora atingido a 7 de setembro por um sismo de magnitude 8.1 na escala de Richter, que matou pelo menos 89 pessoas. Foi o abalo mais forte a atingir o México desde que há registos e teve o epicentro no oceano ao largo do Estado de Chiapas.

A data desta terça-feira é ainda de má memória para os 22 milhões de habitantes da Cidade do México, atingida há precisamente 32 anos por um dos piores sismos da sua história, em 1985, que destruiu a capital mexicana e fez milhares de mortos.

Duas horas antes deste sismo, centenas de pessoas tinham mesmo participado num macro-simulacro de prevenção de abalos, que assinalava precisamente o sismo de 1985.

Algumas pessoas deram graças a Deus pelo exercício, como uma estudante da Costa Rica, Nancy Diaz Arias, aluna de Gastronomia Internacional na Cidade do México, que se encontrava num restaurante quando se deu o abalo.

"Estamos cá fora, há fugas de gás por todos os lados, parece que há edifícios estragados, assim como um hospital. Pareceu feio, muito feio", afirmou, dizendo que o sismo começou leve e imediatamente se intensificou.

"Caiu-me em cima uma máquina e uma colega tirou-me dali, não podemos entrar e creio que não vamos trabalhar hoje. Pareceu-me durar uma eternidade. Há garrafas partidas, pratos partidos, um candeeiro caído. Acaba de voltar a internet, estamos assustados, realmente graça a Deus houve um simulacro, por não teríamos sabido como agir nestes momentos. Estamos na rua porque não conseguimos chegar a lado nenhum", acrescentou.

Em Cuernavaca, uma cidade a sul da Cidade do México, uma rádio local dá voz a relatos não confirmados de pessoas sob os destroços de edifícios colapsados.

O Instituto Sismológico de México estimou a magnitude do abalo desta terça-feira em 6,8, com epicentro a sete quilómetros a oeste de Chiautla de Tapia.
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