Sunac é o primeiro promotor chinês a reestruturar dívida nacional

por Lusa
O setor imobiliário chinês vive dias conturbados EPA

A Sunac, outrora um dos maiores promotores imobiliários da China, tornou-se a primeira empresa do setor a reestruturar com êxito a sua dívida emitida nos mercados internos ("onshore"), depois de ter conseguido o apoio dos credores.

Num comunicado enviado à Bolsa de Valores de Hong Kong, onde está cotada, a empresa afirmou que os credores destas obrigações, das quais faltavam pagar cerca de 15,4 mil milhões de yuan (2,033 mil milhões de euros), aprovaram o plano apresentado pela empresa.

A proposta previa uma redução para menos de metade desse montante e oferecia várias opções, como o prolongamento da maturidade das obrigações até 2034, sem obrigação de começar a pagá-las até 2029.

A Sunac já tinha sido pioneira entre os promotores chineses quando, em outubro de 2023, obteve a aprovação da justiça de Hong Kong para o acordo que tinha alcançado com os credores para reestruturar cerca de 10,2 mil milhões de dólares (9,5 mil milhões de euros) de dívida emitida nos mercados internacionais ("offshore").

A agência de notação da dívida Standard&Poor`s (S&P) afirmou na altura que a Sunac ia abrir caminho para a reestruturação da dívida "offshore" de outros promotores chineses em situações semelhantes, uma vez que não só procurou prolongar as obrigações para ganhar tempo, como também incluiu instrumentos como "swaps" de dívida.

No entanto, em 10 de março, o gestor de ativos estatal Cinda apresentou um pedido de liquidação contra a empresa em Hong Kong por falta de pagamento de um empréstimo de 30 milhões de dólares (quase 29 mil milhões de euros). A primeira audiência foi marcada para 19 de março.

A Sunac tinha um passivo total de cerca de 896 mil milhões de yuan (118,817 mil milhões de euros) no final do primeiro semestre de 2024, durante o qual registou um prejuízo líquido de 14,957 mil milhões de yuan (1,984 mil milhões de euros).

A situação financeira de muitas empresas imobiliárias chinesas agravou-se depois de Pequim ter anunciado, em agosto de 2020, restrições ao acesso ao financiamento bancário para promotores que tinham acumulado um elevado nível de dívida, incluindo a Evergrande, com um passivo de quase 330 mil milhões de dólares (316 mil milhões de euros).

 

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