Supremo abre inquérito ao Presidente Temer

por RTP
Ueslei Marcelino - Reuters

O juiz relator dos casos de corrupção da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) acaba de autorizar a abertura de um inquérito ao Presidente brasileiro. Michel Temer terá dado aval a um suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso por envolvimento no processo da Petrobras.

O Presidente do Brasil foi apanhado uma gravação a autorizar o pagamento de um suborno.O pedido para abrir o inquérito contra o Presidente Temer partiu da Procuradoria Geral da República, com base na denúncia dos donos da JBS.

Joesley Batista e Wesley Batista gravaram uma conversa com o Chefe de Estado na qual Michel Temer supostamente terá dado aval para o pagamento de suborno ao ex-deputado Eduardo Cunha, preso por envolvimento nos casos de corrupção da Petrobras.

Michel Temer poderá agora enfrentar um processo de destituição.

Entretanto, O Globo noticia que já abandonou o executivo o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Senador Aécio alvo de buscas

Vários locais ligados ao senador Aécio Neves foram alvo de buscas policiais desencadeadas pela investigação de um esquema de subornos denunciado por uma das maiores empresas mundiais de venda de carne, a JBS.

A operação arrancou após um acordo de colaboração do empresário Joesley Batista com a Justiça. Batista entregou dinheiro a Aécio Neves, o qual foi rastreado pela polícia até outro senador, Zezé Parrela. Filmou ainda uma reunião com o próprio Presidente Michel Temer, em que este supostamente o autoriza acontinuar a fazer pagamentos mensais em troca do silêncio do ex-deputado federal Eduardo Cunha, e nomeia um deputado para ir receber meio milhão de reais em seu nome.

Esta gravação foi divulgada publicamente esta quarta-feira. Desencadeou protestos por todo o Brasil e levou já à entrega de um pedido de destituição do Presidente.

De acordo com a BBC Brasil, os agentes efetuaram buscas nos endereços do senador do partido PSDB-MG, no Lago Sul, em Brasília, no bairro Anchieta, em Belo Horizonte, e em Ipanema, no Rio, assim como no seu gabinete no Congresso Nacional, em Brasília.

Além dos endereços de Aécio Neves, estavam na lista de buscas os gabinetes do senador Zeze Parrela (do partido PSDB-MG) e do deputado federal Rodrigo Rocha Loures (do PMDB-PR).

O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou entretanto esta quinta-feira o afastamento de Aécio Neves do mandato de senador e de Rocha Loures do mandato de deputado federal.

Informações dão ainda conta de que Andrea Neves, irmã de Aécio Neves, foi detida pela Polícia Federal (PF) em Nova Lima, em Belo Horizonte.

Os apartamentos de Andrea Neves, em Copacabana, no Rio, e o de Altair Alves, conhecido como braço direito do deputado Eduardo Cunha, localizado na Tijuca, Rio de Janeiro, também foram alvo de buscas.

De acordo com a notícia publicada quarta-feira no jornal O Globo, os dois senadores e o deputados Loures terão participado ou combinaram num alegado esquema de suborno denunciado pelos donos da JBS.

O empresário Joesley Batista terá entregado à Procuradoria-Geral da República do Brasil gravações de conversas com o senador Neves, nas quais este lhe pedia dois milhões de reais (570 mil euros) de subornos, para pagar honorários a advogados na sua defesa no processo Lava-Jato.

O montante, entregue pelo empresário, foi rastreado pela polícia tendo acabado por ser depositado numa conta do senador Zezé Perrela.

O deputado Rodrigo Rocha Loures foi por seu lado filmado a receber 500 mil reais (142 mil euros).

Alegadamente, este deputado teria sido encarregue pelo atual Presidente Michel Temer de receber o dinheiro, que seria o pagamento de ajuda num processo que visa a JBS no Conselho Administrativo de Defesa Económica.

A gravação do momento em que Temer confia a tarefa ao deputado terá sido filmado por Joesley Batista quando este se encontrou com o Presidente brasileiro a 7 de março no Palácio do Jaburu, em Brasília, afirmou o jornal O Globo.
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