Taipé deteta aumento da atividade militar chinesa na véspera de reunião entre Trump e Xi

Vinte e cinco aeronaves militares chinesas sobrevoaram as imediações de Taiwan em 24 horas, a terceira maior incursão diária este mês, na véspera do encontro entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e o homólogo chinês, Xi Jinping.

Lusa /
Reuters

No relatório diário, o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan informou que os aviões chineses, incluindo caças e bombardeiros, operaram entre as 06:00 de terça-feira (22:00 de segunda-feira, em Lisboa) e as 06:00 de hoje (22:00 de terça-feira, em Lisboa), sem entrar no espaço aéreo da ilha.

Segundo o ministério, 23 das 25 aeronaves cruzaram a linha média do estreito de Taiwan e entraram nas zonas norte e sudoeste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ADIZ) da ilha.

"As Forças Armadas da República da China [nome oficial de Taiwan] acompanharam a situação e mobilizaram aviões de patrulha, navios da Marinha e sistemas de mísseis costeiros em resposta às atividades detetadas", indicou o comunicado.

Os movimentos ocorrem na véspera da reunião bilateral agendada para quinta-feira, em Gyeongju, Coreia do Sul, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), na qual os líderes norte-americano e chinês deverão abordar, entre outros temas, a situação no estreito de Taiwan e a guerra comercial.

Mas o Presidente norte-americano deu a entender hoje que poderá não discutir o tema com Xi Jinping. "Não tenho a certeza se vamos falar sobre Taiwan. Talvez ele me pergunte, mas não há muito para dizer. Taiwan é Taiwan", afirmou a bordo do avião presidencial Air Force One, a caminho da Coreia do Sul.

Segundo analistas, Pequim poderá tentar obter concessões sobre Taiwan, aproveitando a pressa de Trump em alcançar um acordo comercial, embora o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, tenha procurado tranquilizar Taipé.

De acordo com a agência de notícias CNA, o diretor do Conselho de Segurança Nacional de Taiwan, Tsai Ming-yen, garantiu hoje que, caso o tema entre formalmente na agenda da cimeira, os assessores norte-americanos prepararão previamente os "pontos-chave" da posição dos EUA para que Trump a exprima "de forma adequada".

Tsai sublinhou ainda que a comunicação entre Taipé e Washington "tem sido fluida" e que os EUA informarão Taiwan, através dos canais diplomáticos apropriados, sobre o desenrolar da reunião.

 

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