Taiwan acusa China de lançar foguetes para águas situadas perto da ilha

Um comandante militar de Taiwan disse que alguns dos foguetes disparados durante o segundo dia de exercícios militares da China perto da ilha caíram em águas situadas perto da costa.

Lusa /
Tensão no Estreito. Embarcação chinesa dispara foguetes durante manobras militares em torno de Taiwan | Comando do Teatro Oriental do Exército de Libertação Popular da China via AFP

O número dois da inteligência militar do Ministério da Defesa Nacional taiwanês disse que o Exército de Libertação Popular (ELP, forças armadas da China) disparou 27 foguetes na terça-feira.

O tenente-general Hsieh Jih-sheng sublinhou que dez caíram dentro da "zona contígua" de Taiwan, que se estende por 24 milhas náuticas (44,5 quilómetros) a partir da costa.

De acordo com a agência de notícias nacional taiwanesa CNA, Hsieh acrescentou que os projéteis foram disparados em duas vagas utilizando lançadores múltiplos de foguetes da província de Fujian, no sudeste da China.

Por volta das 09:00 (01:00 em Lisboa) de terça-feira, as forças armadas chinesas dispararam 17 rockets de Pingtan, na província de Fujian, que atingiram o mar ao largo da costa norte de Taiwan, fora da zona contígua de 24 milhas náuticas.

Quatro horas depois, as forças chinesas lançaram mais dez projéteis de Shishi, também em Fujian, em direção a uma área de exercícios do ELP previamente designada a sudoeste de Taiwan, desta vez dentro das 24 milhas náuticas.

Numa conferência de imprensa realizada na terça-feira, Hsieh disse que os foguetes do ELP nunca se tinham aproximado tanto de Taiwan em exercícios com munições reais realizados em redor da ilha nos últimos anos.

A China realizou na segunda e terça-feira os exercícios militares `Missão Justiça-2025` como forma de advertência contra o que Pequim considera serem "interferências externas" na questão de Taiwan.

O ELP simulou ataques a alvos marítimos e terrestres, bloqueio de portos e áreas-chave, operações antissubmarinos e exercícios para alcançar a "superioridade aérea regional", envolvendo bombardeiros, caças, contratorpedeiros, fragatas e veículos aéreos não tripulados (`drones`).

Segundo o Ministério da Defesa Nacional de Taiwan, a China empregou um total de 207 aeronaves, 31 navios de guerra e 16 embarcações da Guarda Costeira Chinesa durante os dois dias de manobras.

Também na terça-feira, o líder de Taiwan, William Lai Ching-te, assegurou que as Forças Armadas da ilha vão agir "com responsabilidade" face aos exercícios militares lançados pela China, apelando à serenidade da população.

"Agiremos com responsabilidade, sem escalar o conflito nem provocar confrontos", declarou Lai na rede social Facebook.

"Neste momento, a união entre civis e militares e a resistência à desinformação são a força mais poderosa para proteger o nosso lar democrático", acrescentou.

Apelidado de independentista e provocador por Pequim, Lai instou os taiwaneses a apoiarem os "heróis na linha da frente" e a defenderem a soberania e a liberdade da ilha, autogovernada desde 1949 e reclamada pela China como parte do seu território.

 

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