Taiwan condena ex-general a sete anos e meio de prisão por conspiração a favor da China

O Supremo Tribunal de Taiwan condenou hoje a sete anos e meio de prisão o tenente-general reformado Kao An-kuo por fundar uma organização apoiada pela China que visava derrubar o Governo taiwnês, informou a agência noticiosa CNA.

Lusa /
Dado Ruvic - Reuters

Segundo o acórdão, Kao e a companheira - também condenada a seis anos e meio de prisão - tentaram criar uma estrutura destinada a lançar ataques contra instituições governamentais de Taiwan e estabelecer um "regime interino" até à eventual "anexação" da ilha pela China.

Em 2020, Kao nomeou-se coordenador principal do grupo e delineou estratégias de combate, procurando recrutar militares no ativo e na reserva.

A partir de fevereiro de 2023, o casal viajou várias vezes à China para se reunir com elementos do Partido Comunista, do Governo e das Forças Armadas chinesas, onde recebeu instruções e apoio financeiro, segundo o tribunal.

No entanto, os seus esforços acabaram por fracassar, já que nenhum dos militares contactados aceitou juntar-se ao plano.

O tribunal ordenou ainda a confiscação de 92.200 dólares (79.430 euros) e 294.700 yuan (cerca de 35.620 euros) em ganhos ilícitos.

Outros quatro arguidos - com os apelidos Hou, Chang, Chen e Chiu - receberam penas de prisão entre dois anos e meio e seis anos, por colaborarem com a organização.

O porta-voz do Supremo Tribunal, Wen Chia-chien, afirmou que os seis condenados estavam cientes de que a China é uma "força externa hostil" que procura "desestabilizar Taiwan através de ameaças militares, infiltração de inteligência e operações de Frente Unida", segundo declarações citadas pela CNA.

As Forças Armadas de Taiwan têm estado envolvidas noutros casos semelhantes. Em agosto de 2024, oito pessoas, incluindo militares no ativo, foram condenadas a penas entre 18 meses e 13 anos de prisão por espionagem a favor da China.

Taiwan é autogovernada desde 1949, sob a designação oficial de República da China, com Forças Armadas e um sistema político e económico distintos dos da República Popular da China. É considerada uma das democracias mais avançadas da Ásia.

Pequim, contudo, vê a ilha como parte "inalienável" do seu território e intensificou, nos últimos anos, a pressão diplomática e militar para concretizar a "reunificação nacional" -- um objetivo central da estratégia de "rejuvenescimento da nação chinesa" promovida pelo Presidente chinês, Xi Jinping.

 

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