Taiwan deteta maior número de aviões chineses no espaço aéreo desde abril
Pequim enviou 58 aeronaves militares para os arredores de Taiwan nas últimas 24 horas, o maior número desde abril, depois de terem surgido rumores de uma possível escala do líder taiwanês nos Estados Unidos.
Segundo o Ministério da Defesa de Taiwan, os aparelhos - incluindo caças, bombardeiros, veículos aéreos não tripulados ('drones') e aviões de apoio -- foram detetados nas últimas 24 horas.
Além disso, 45 cruzaram a linha média do Estreito e entraram nas zonas norte, centro, sudoeste e leste da autoproclamada Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan, o "de facto" espaço aéreo da ilha, que não está definido ou regulado por nenhum tratado internacional.
Esta é a maior incursão aérea desde 2 de abril, quando a China realizou as manobras militares "Strait Thunder-2025A" em torno de Taiwan.
Os voos ocorreram no mesmo dia em que a China manifestou "firme oposição" a uma eventual passagem do presidente taiwanês, William Lai Ching-te, pelos Estados Unidos, durante uma viagem oficial ao Paraguai, prevista para agosto.
"Opomo-nos firmemente a qualquer tipo de intercâmbio oficial entre os EUA e a região chinesa de Taiwan, bem como ao trânsito de William Lai por território norte-americano sob qualquer pretexto", afirmou Chen Binhua, porta-voz do Gabinete de Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (o executivo chinês).
Em 2023, quando ainda era vice-presidente, Lai fez escalas em Nova Iorque e São Francisco a caminho do Paraguai, tendo a China respondido com exercícios militares em torno de Taiwan.
A porta-voz presidencial taiwanesa, Karen Kuo, declarou esta semana que "ainda não há informação" sobre um possível trânsito de Lai pelos EUA, acrescentando que qualquer plano confirmado será comunicado oportunamente.