Técnicos de saúde da Guiné-Bissau prometem retomar serviços após apelo de PR

por Lusa

O presidente do sindicato dos enfermeiros da Guiné-Bissau,  Yoyo Correia, pediu hoje aos técnicos de saúde para retomarem os serviços mínimos nos hospitais e centros de saúde "mediante um apelo" do Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló.

O chefe de Estado guineense mandou o ministro do Interior, Botche Candé, reunir-se com os técnicos de saúde em greve desde finais de setembro, aos quais apelou para regressem aos serviços "em nome dos superiores interesses da população", segundo o governante.

Mediante as promessas do ministro do Interior, o presidente do sindicato de enfermeiros e técnicos da saúde, Yoyo Correia, apelou para que se retomem os serviços para "salvar a campanha nacional da vacinação", que tem os imunizantes "quase a passar de prazo de validade".

 "Quero destacar a compreensão dos sindicatos, mesmo com a sua revolta e dor, aceitaram o apelo do Presidente [da República] e prometeram retomar os serviços mínimos para salvar o povo que está a morrer nos hospitais", observou, por seu lado, Botche Candé.

O ministro anunciou igualmente que vai dar orientações para que as perseguições aos líderes sindicais cessem e se for preciso, disse, aqueles terão proteção reforçada por parte do Estado para que possam exercer "de forma livre as suas ações".

A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné (UNTG, central sindical) tem denunciado alegadas perseguições aos seus dirigentes por parte da polícia guineense, ao ponto de vários dormirem atualmente fora das suas residências.

O ministro do Interior afirmou que as perseguições aos sindicalistas, "não podem continuar", e que as negociações entre o Governo e a UNTG, que tem liderado várias greves nos setores da saúde e educação nos últimos anos na Guiné-Bissau, vão ser retomadas.

O vice-secretário geral da UNTG, Yasser Turé, destacou a abertura das autoridades para conversar com os sindicatos e ainda enumerou as condições sobre as quais os técnicos vão retomar os serviços nos hospitais e centros de saúde.

Aprovação pelo Governo, em Conselho de Ministros, do estatuto do pessoal de saúde, pagamento de técnicos que vão prestar os serviços mínimos, cessação de perseguições aos líderes sindicais, reintrodução no sistema do ensino público dos professores excluídos devido à sua participação nas greves dos sindicatos da classe e ainda o estabelecimento de um clima são para as negociações são as novas exigências para serem retomados os serviços mínimos.

Yasser Turé disse que Botche Candé comprometeu-se em como o Governo iria cumprir com aquelas exigências dos sindicatos.

"Decidimos dar as mãos uns aos outros, nós técnicos, com os governantes deste país, em nome da população", sublinhou Turé.

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