Investigadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, desenvolveram uma técnica que reduz o tempo necessário para diagnosticar tumores cerebrais.
O novo método reduz de semanas para horas o tempo necessário para saber que tipo de tumor é (benigno ou maligno) e se tem que ser retirado o mais rápido possível.
Os detalhes do estudo desenvolvido em parceria com os médicos da Nottingham University Hospitals foram publicados na revista científica Neuro-Oncology.
Habitualmente, é retirada uma amostra da massa durante um procedimento cirúrgico. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Matthew Loose, coautor do estudo, explica que, no Reino Unido, a análise da amostra pode demorar até oito semanas. O que também pode sujeitar o paciente a mais cirurgias.
Foto: National Cancer Institute - Unsplash
Os investigadores explicam que a nova técnica foi utilizada em 50 cirurgias de tumores cerebrais. A taxa de sucesso foi de 100 por cento e em poucas horas a “identidade” do tumor foi revelada.
O novo método utiliza tecnologia nanopore que se baseia em dispositivos que contêm membranas com milhares de poros. Estes milhares de poros são atravessados por uma corrente elétrica e quando o ADN se aproxima de um deles é “descompactado” em fitas simples.
Passa assim a ser possível “ler” o ADN da amostra de tumor que depois é comparado a vários tipos de tumores cerebrais graças a um programa de software desenvolvido pela equipa da Universidade de Nottingham.Para além do tempo que esta técnica poupa, o processo é mais barato e custa cerca de 476 euros, o mesmo que os testes genéticos atuais.
"Tradicionalmente, o processo de diagnóstico de tumores cerebrais era lento e caro. Agora, com esta nova tecnologia, podemos fazer mais pelos pacientes, pois podemos obter respostas muito mais rapidamente, o que terá um impacto muito maior na tomada de decisões clínicas, em apenas duas horas” sublinha Stuart Smith, neurocirurgião da Faculdade de Medicina da Universidade de Nottingham à revista científica Medical Xpress.
Os investigadores contam que 90 por cento das amostras testadas foram classificadas completa e corretamente após 24 horas. Mas também houve amostras de tumores que receberam o diagnóstico no espaço de uma hora.
Por serem mais rápidos, os diagnósticos podem revelar se é necessária uma cirurgia mais agressiva enquanto o paciente ainda está no bloco operatório ou se essa cirurgia não é a indicada.
Tópicos
Investigadores
,
Universidade
,
Nottingham
,
Reino Unido
,
Técnica
,
Diagnóstico
,
Tumores
,
Cerebrais