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Tecnologia revoluciona diagnóstico de tumores cerebrais

por Cristina Santos - RTP
Marek Pavlík - Unsplash

Investigadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, desenvolveram uma técnica que reduz o tempo necessário para diagnosticar tumores cerebrais.

O novo método reduz de semanas para horas o tempo necessário para saber que tipo de tumor é (benigno ou maligno) e se tem que ser retirado o mais rápido possível.

Os detalhes do estudo desenvolvido em parceria com os médicos da Nottingham University Hospitals foram publicados na revista científica Neuro-Oncology.

Habitualmente, é retirada uma amostra da massa durante um procedimento cirúrgico. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, Matthew Loose, coautor do estudo, explica que, no Reino Unido, a análise da amostra pode demorar até oito semanas. O que também pode sujeitar o paciente a mais cirurgias.


Foto: National Cancer Institute - Unsplash

Os investigadores explicam que a nova técnica foi utilizada em 50 cirurgias de tumores cerebrais. A taxa de sucesso foi de 100 por cento e em poucas horas a “identidade” do tumor foi revelada.

O novo método utiliza tecnologia nanopore que se baseia em dispositivos que contêm membranas com milhares de poros. Estes milhares de poros são atravessados por uma corrente elétrica e quando o ADN se aproxima de um deles é “descompactado” em fitas simples.

Passa assim a ser possível “ler” o ADN da amostra de tumor que depois é comparado a vários tipos de tumores cerebrais graças a um programa de software desenvolvido pela equipa da Universidade de Nottingham.Para além do tempo que esta técnica poupa, o processo é mais barato e custa cerca de 476 euros, o mesmo que os testes genéticos atuais.

"Tradicionalmente, o processo de diagnóstico de tumores cerebrais era lento e caro. Agora, com esta nova tecnologia, podemos fazer mais pelos pacientes, pois podemos obter respostas muito mais rapidamente, o que terá um impacto muito maior na tomada de decisões clínicas, em apenas duas horas” sublinha Stuart Smith, neurocirurgião da Faculdade de Medicina da Universidade de Nottingham à revista científica Medical Xpress.

Os investigadores contam que 90 por cento das amostras testadas foram classificadas completa e corretamente após 24 horas. Mas também houve amostras de tumores que receberam o diagnóstico no espaço de uma hora.

Por serem mais rápidos, os diagnósticos podem revelar se é necessária uma cirurgia mais agressiva enquanto o paciente ainda está no bloco operatório ou se essa cirurgia não é a indicada.

De acordo com a Brain Tumour Charity (instituição britânica dedicada a financiar pesquisas científicas sobre tumores cerebrais), cerca de 740 mil pessoas em todo o mundo são anualmente diagnosticadas com um tumor cerebral. Cerca de metade não é cancerígena.
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