Telescópio espacial James Webb já vislumbra a exploração do Cosmos

O telescópio espacial James Webb completou este sábado a última etapa da sua implementação, devendo começar a explorar o Cosmos em cinco meses. Duas semanas após a descolagem, o telescópio encontra-se implantado na totalidade.

RTP /
Wikipédia

Esta fase final de operacionalização foi atingida este sábado. O espelho principal do James Webb, com cerca de 6,5 metros de diâmetro, encontra-se agora em posição, estando o telescópio na sua configuração final para poder iniciar, em pouco mais de cinco meses, a exploração do Cosmos. “Estou emocionado”, declarou num vídeo em direto Thomas Zurbuchen, responsável das missões científicas da NASA, a Agência Espacial norte-americana. “Que etapa extraordinária”.

A dimensão do espelho principal do telescópio impedia o seu transporte em foguetões e obrigou a dobrar duas seções. A primeira destas asas foi deslocada para a posição correta na sexta-feira e a segunda abriu-se sábado de manhã.

As equipas da NASA estão ainda a apertar parafusos para as manter no lugar de forma permanente e segura.

Cada segmento hexagonal que forma o imenso espelho principal, revestidas de ouro para melhor refletir a luz, terá de ser minuciosamente ajustado. Os instrumentos científicos terão por seu lado de continuar a arrefecer e ser calibrados de forma precisa.

Nunca antes tinha sido tentada a colocação no espaço de um telescópio como o James Webb, e quaisquer problemas tanto a fase de implementação dos espelhos como do escudo térmico, ocorrida segunda-feira passada, podiam deitar tudo a perder.

A comunidade de astrónomos de todo o mundo deu um enorme suspeiro de alívio este sábado e a missão está agora mais próxima de se revelar um sucesso.
Missão dentro de cinco meses
Antes de ficar completamente operacional o James Webb deverá contudo atingir a sua órbita final a 1,5 milhões de quilómetros da Terra. Encontrava-se este sábado a mais de um milhão de quilómetros do nosso planeta.Sucessor do Hubble, o James Webb está orçado em cerca de 10 mil milhões de dólares e é operado a partir de uma base da NASA na costa leste norte-americana, em Baltimore.

Toda a operação de colocação do espelho final foi transmitida em direto a partir da sala de controlo e o anúncio do êxito nas operações levantou uma salva de aplusos.

Como o telescópio mais poderoso jamais concebido e concretizado, o James Webb deverá permitir observar as primeiras galáxias formadas uns escassos 200 milhões de anos após o Big Bang,

Deverá igualmente permitir grandes progressos na busca de exoplanetas, examinando as suas atmosferas à procura de condições propícias à formação de vida. Outras observações no próprio sistema solar, de Marte ou da lua jupiteriana Europa, estão também previstas.

O grande espelho principal, o maior jamais enviado para uma órbita deverá ser ainda capaz de detetar a luz extremamente fraca oriunda dos confins do Universo. Já o espelho secundário, muito menor e colocado no extremo de um tripé, implementado com sucesso na quarta-feira, irá ser usado para concentrar a luz do principal, antes de a encaminhar para um terceiro espelho e para quatro instrumentos de análise.


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