Temperaturas no Atlântico Norte podem descer até 10 graus

As temperaturas no Atlântico Norte podem descer entre cinco a 10 graus até ao final do século com a eventual interrupção da chamada corrente do Golfo, que assegura à Europa uma clima ameno, alertaram hoje especialistas.

Agência LUSA /

O efeito continuado da fusão dos gelos da Gronelândia e Árctico com o aumento da massa de água doce decorrente da chuva pode acabar, até ao final do século, com a circulação dessa corrente de água quente proveniente do golfo do México e que se dirige para o Atlântico Norte.

Este foi um dos alertas feitos hoje na conferência internacional sobre alterações climática que decorre até quinta-feira em Exeter, Inglaterra, com a participação de cerce de 200 cientistas.

Segundo o norte-americano Mike Schlesinger, há 45 por cento de hipóteses de se dar a interrupção da corrente do Golfo, devido às alterações climáticas.

Schlesinger explicou que o aumento de três graus da temperatura do planeta previsto para este século, e que é considerado muito provável, faz com que haja 45 por cento de possibilidades de que a corrente deixe de circular até ao ano 2100.

Mesmo que os políticos mundiais concordassem aplicar impostos muito elevados à emissão de dióxido de carbono pela indústria, haveria cerca de 25 por cento de probabilidade de que a grande massa de água quente deixasse de circular e de exercer o seu efeito benéfico no clima europeu, adiantou o especialista da Universidade de Illionois.

Segundo investigações do centro britânico Hadley para o estudo das alterações climáticas, nalgumas zonas do Atlântico Norte as temperaturas poderão descer entre cinco a 10 graus.

Se a corrente do Golfo deixasse de funcionar a meio deste século, o clima na Grã-Bretanha seria mais frio do que o registado nos séculos XVII e XVIII, período conhecido como a "pequena idade do gelo", quando as águas do rio Tamisa chegaram a gelar.

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