Uma marcha pacífica em defesa do clima marcada para este sábado, na capital francesa, ficou ensombrada pela ação de ativistas conotados com o movimento black bloc, que entraram em confronto com as forças de segurança e destruíram carros e esplanadas. As autoridades interpelaram também dezenas de manifestantes identificados como coletes amarelos.
Segundo dados apurados pela correspondente da RTP em Paris, Rosário Salgueiro, foram detidas 90 pessoas, com a polícia a recorrer a granadas de gás lacrimogéneo para dispersar manifestantes.
Na Avenida Saint-Michel, manifestantes do movimento black bloc - assim identificados pela polícia de Paris – atiraram diferentes objetos contra as forças de segurança, incendiaram caixotes de lixo e atacaram pelo menos uma dependência bancária.
Aos manifestantes integrados na marcha pelo clima foi pedido que se demarcassem desta fação dita de extrema-esquerda.
#MarchePourLeClimat | Suite à l'intervention des #FDO, le black bloc s'est replié dans le cortège. @prefpolice appelle les manifestants non violents à maintenir leur vigilance. De nouvelles exactions ne sont pas à exclure.
— Préfecture de Police (@prefpolice) September 21, 2019
Désolidarisez-vous des groupes violents.
A Greenpeace e os Jovens para o Clima, que convocaram a manifestação, vieram entretanto pedir a desmobilização dos franceses, por falta de condições de segurança.
Além da marcha em defesa do clima, as ruas de Paris receberam também mais uma jornada de manifestação dos chamados coletes amarelos, contra as políticas sociais e fiscais do Governo, e um desfile sindical de protesto contra um projeto de reforma das pensões.
Clima. Depois da greve, a marcha
Parte das lojas dos Campos Elísios foi previamente protegida com barricadas. Alguns dos manifestantes tentaram ultrapassar estas barreiras, mas a polícia afiança que não houve estragos de monta.
Milhares de pessoas responderam ao apelo para uma marcha pelo clima em Paris, um dia depois da realização de uma “greve mundial” de proporções históricas.
As vozes de protesto estenderam-se a Lyon, onde, de acordo com a France Presse, estiveram concentradas, durante a manhã, cinco mil pessoas. “Parem o ecocídio”, lia-se numa das faixas empunhadas pelos manifestantes.
Na sexta-feira, o Presidente francês procurou mostrar abertura às expressões de protesto. “É preciso que isso aconteça com calma”, frisou Emmanuel Macron.
c/ agências