Terramotos. Número de mortos na Turquia e na Síria ultrapassa barreira dos cinco mil

por Mariana Ribeiro Soares - RTP
Agência Ihlas via Reuters

O número de mortos após os dois sismos que abalaram a Turquia e a Síria na segunda-feira é já superior a cinco mil, segundo os últimos balanços dos governos turco e sírio. Teme-se que o número continue a aumentar nos próximos dias, à medida que continuam as operações de busca.

Segundo o último balanço do Governo turco, o número de mortos naquele país ultrapassou os 3.400, havendo ainda mais de 20 mil feridos. De acordo com um funcionário da Autoridade de Gestão de Emergências e Desastres do país, quase seis mil edifícios ficaram destruídos.

Por sua vez, na vizinha Síria, os números divulgados pelas autoridades governamentais e por equipas de resgate em áreas rebeldes reportam pelo menos 1.602 mortos e mais de 3.500 feridos.

Tudo indica que o número de mortos dos dois sismos, um dos quais de magnitude 7,8 na escala de Richter, continue a aumentar nos próximos dias, com os Serviços Geológicos dos Estados Unidos (USGS) a admitir a probabilidade de o número de vítimas chegar aos dez mil.

Entretanto continuam as operações de resgate, que estão a ser dificultadas pelas condições meteorológicas adversas. As equipas lutam contra o frio, a chuva e a neve para salvar as pessoas que se encontram entre os escombros. De acordo com Orhan Tatar, funcionário da agência de gestão de desastres da Turquia, cerca de oito mil pessoas foram resgatadas em dez províncias.

Cerca de 25 mil pessoas, incluindo militares, estão a participar nos esforços de resgate, disse Orhan Tatar, que acrescentou que foram destinados 12,1 milhões de euros em fundos urgentes para as dez províncias mais afetadas.
Ajuda internacional começa a chegar
A ajuda internacional começa a chegar esta terça-feira à Turquia com as primeiras equipas de resgate provenientes de vários países.

A União Europeia mobilizou equipas de busca e salvamento e pelo menos 13 Estados-membros ofereceram assistência, incluindo Portugal. A RTP apurou que foi estabelecido um grupo de 52 operacionais para prestar apoio nas operações de resgate, que fazem parte da Proteção Civil, do INEM, da GNR e dos Sapadores Bombeiros de Lisboa. Vão ainda ser enviados seis cães de busca.

O presidente dos EUA, Joe Biden, prometeu ao seu homólogo turco “toda a ajuda necessária”. Na segunda-feira, a Casa Branca anunciou que dois destacamentos norte-americanos e 79 equipas de resgate estavam a preparar-se para partir para a Turquia.

A China também anunciou que estava a enviar 5,9 milhões de dólares em ajuda, incluindo equipas especializadas de resgate urbano, equipas médicas e equipamentos de emergência.

Por sua vez, na Síria, a ajuda chega sobretudo do seu aliado russo, que enviou quatro aviões com elementos de resgate. O Reino Unido e os EUA também se mostraram disponíveis a enviar ajuda à Síria, embora Washington tenha descartado negociar diretamente com o governo sírio. No total, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, diz que 45 países ofereceram ajuda.

O terramoto de 7,8 na escala de Richter ocorreu a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.

Poucas horas depois, um segundo sismo de magnitude 7,6 foi sentido também no sudeste da Turquia.

Durante o dia de segunda-feira foram registadas 185 réplicas. Durante a noite a manhã desta terça-feira também foram registados vários tremores secundários. O mais forte, de magnitude 5,5 na escala de Richter, foi registrado às 6h13, hora local (3h13 GMT).

O terramoto de segunda-feira é o maior registado na Turquia desde o sismo de 17 de agosto de 1999, que causou a morte de 17 mil pessoas, incluindo mil em Istambul.

O chefe de Estado turco declarou luto nacional por sete dias e o fecho das escolas durante uma semana.

c/ agências
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